Imperdível: por que é essencial para o investidor assistir ao debate entre Hillary e Trump hoje

Encontro entre os dois é imprevisível e o vitorioso do debate deve guiar o humor do mercado no pregão de amanhã

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A semana começa com o que provavelmente será o principal evento destes próximos dias: o primeiro debate entre Donald Trump e Hillary Clinton. Ainda não sentimos grandes impactos desta disputa na Bolsa, mas é bom o investidor se preparar, já que faltando pouco mais de um mês para a eleição, agora que o mercado começa a se preparar para os possíveis cenários. E mesmo que a candidata democrata esteja na frente para muitos analistas, uma mudança de cenário não é descartada, o que aumenta a tensão de todos.

O mercado brasileiro deverá ser impactado por esta disputa pelo simples fato de que a Bovespa segue o desempenho dos índices norte-americanos, onde neste momento todos tentam entender qual dos dois candidatos deve vencer. A maioria acredita que será Hillary, mas existe o “risco-Trump”, que pode mudar completamente o recente otimismo das bolsas.

Em entrevista ao site Market Watch, Brad McMillan, diretor de investimentos da Commonwealth Financial Network, afirma que todos estarão olhando qual candidato conseguirá surgir como mais forte nesta reta final. “A reação do mercado provavelmente vai depender de quão bem sucedido cada candidato será em demonizar as propostas do outro, e quão eficaz cada um será em sua própria defesa”, disse McMillan.

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O maior medo dos investidores a uma vitória de Donald Trump envolve suas relações com países importantes para a economia americana, como a China e o México. O republicano já fez duras críticas às duas nações e sua ideia de construir um muro na fronteira com seus vizinhos do sul tem complicado ainda mais a situação. A verdade é que ninguém sabe como será sua política externa.

Trump tem propostas consideradas interessantes, como a melhora do sistema tributário americano, com redução de impostos para a classe média. Por outro lado, ele não apresenta planos consistentes, por exemplo ao não apresentar uma contrapartida para corte de gastos (o que tornaria esta redução de impostos inviável). Wall Street já decidiu qual seu candidato – Hillary Clinton -, o problema é que não há como saber se ela vencerá.

Outro problema são as críticas do republicano já fez ao trabalho do Federal Reserve, o que gera um grande medo a como será a atuação do banco central americano caso ele se torne presidente. Segundo Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da corretora Mirae Asset, a possibilidade de que Trump vença o pleito presidencial deixa investidores nervosos, já que Trump criticou de forma veemente a política monetária da presidente do Fed, Janet Yellen, dizendo que ela mantém os juros baixos nos EUA para ajudar o presidente Barack Obama.

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“Começou a entrar nos mercados uma nova variável exógena, que é a possibilidade cada vez mais próxima do Trump ganhar as eleições. Esses ataques oportunistas no discurso do Trump e a campanha da [candidata democrata] Hillary Clinton falhando vão dar mais sustentabilidade para a vitória do Trump”, afirma.

Analistas acreditam que esta terça-feira será um dia de grande volatilidade no mercado americano enquanto todos tentam entender quem venceu e o que ainda poderá ser feito até o dia 8 de novembro. E isto reflete diretamente na Bovespa, que corre grande risco de seguir este mesmo desempenho “confuso” amanhã. O debate de hoje servirá para ou confirmar o atual “momentum” (Hillary na frente) ou uma mudança de cenário (Trump com mais força), e isto deve ditar o mercado daqui para frente.

O debate começa às 22h (horário de Brasília) e terá 90 minutos de duração, sem comerciais. Será dividido em seis blocos de 15 minutos, cada um discutindo um tema, que incluem “Alcançando prosperidade” e “Protegendo a América”. O encontro será transmitido ao vivo por várias redes de televisão abertas e fechadas, além de sites como YouTube, Facebook e BuzzFeed.

Imprevisível
O primeiro fator que chama atenção é o fato de que será o primeiro embate entre os dois candidatos que possuem características tão diferentes. Enquanto Hillary é considerada mais séria, Trump é conhecido por ser um “showman”, e isto em um debate pode fazer toda diferença quando é necessário jogo de cintura para conseguir se sair bem.

Especialistas acreditam que a democrata tem maior conhecimento e deve se sair bem falando sobre os principais temas, mas Trump consegue ser mais caloroso que ela, e pode conquistar parte dos eleitores com seu estilo mais espontâneo. Para muitos analistas, se o republicano evitar frases polêmicas nesta noite, ele deve se sagrar o vencedor exatamente por se afastar da política tradicional. A luta de ambos candidatos neste momento é lutar contra o alto índice de rejeição.

Uma pesquisa feita pela Bloomberg Politics, mostra um empate em 46% entre Hillary e Trump, sendo que o republicano fica na frente (43%) quando são considerados outros candidatos na disputa, com Hillary tendo 41%. Por outro lado, este levantamento aponta que para 49% dos entrevistados, a democrata deverá vencer o debate hoje.

Uma das dúvidas levantadas por estrategistas políticos da campanha de Hillary e pela própria candidata é como será o comportamento de Trump no encontro, se mais amigável ou mais agressivo, neste último caso capaz de não medir palavras para falar o que pensa. “Eu não sei qual Trump vai aparecer no debate”, declarou Hillary em um evento em Nova York.

Trump declarou que vai respeitar Hillary Clinton no debate se for respeitado e disse que não tem se preparado tanto para o encontro. O republicano manteve boa parte de sua agenda de compromissos oficiais nos últimos dias. Nos debates entre os pré-candidatos republicanos, Trump não poupou insultos pessoais, fez falsas acusações e até resolveu não aparecer em um dos encontros. O comportamento imprevisível do republicano, destaca o The Wall Street Journal, deixa a preparação de Hillary para o debate de hoje mais difícil.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.