Lula diz que a internet “liberou o demônio que tem nas pessoas” e ironiza boatos de fuga

Em entrevista a uma rádio de Recife, ex-presidente fala de intolerância política e afirma que "o único país do mundo que pediria asilo seria Garanhuns"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista à Rádio Jornal, do Recife, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas novamente ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, além da maneira como as investigações contra ele estão sendo conduzidas. 

Ele afirmou que defende o MP, mas diz que em todo lugar tem “gente boa e gente ruim” e voltou a falar que os procuradores do MP são “um bando de meninos”: “Respeito muito a instituição, mas em todo canto tem gente boa e gente má, mas tem um bando de meninos que parecem que foram ungidos para salvar a humanidade. Não podem me acusar sem provas com base em convicções”, ressaltou. 

Ao falar sobre o “clima de intolerância do Brasil”, o petista apontou: “acho que a internet é uma revolução na capacidade de passar e receber informação, mas ela liberou o demônio que tem nas pessoas. Hoje, a pessoa chega em casa pega o computador e xinga todo mundo e as pessoas tem que parar de se ofender”. Ele defendeu a necessidade de uma lei ser criada para reprimir as ofensas em redes sociais. “Tem que ter lei, sem criar censura, mas ter responsabilidade porque quem tiver preconceito, tem que ser punido. As pessoas estão intolerantes, mas tem que ver que a convivência democrática faz bem”. 

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O ex-presidente ainda afirmou que está muito “ofendido pessoalmente” com o que está acontecendo no Brasil. “Jamais imaginei que a gente fosse ter um golpe parlamentar pra destituir uma presidente eleita pelo povo”.

Lula destacou que, se descobrirem algum crime contra ele, não será necessário privilégio. “Não estou acima da lei porque sou um cidadão como outros, sou favorável à investigação, mas é precisa de um julgamento correto”. Ele ainda citou a ação da PF quando sua residência foi alvo de mandado de busca e apreensão, em março: “quando a PF foi na minha casa, levantaram o colchão da minha cama como se eu fosse um bandido”. 

Ao falar sobre os boatos de que poderia pedir asilo político no exterior – principalmente Itália, o ex-presidente ironizou: “o único país do mundo que eu pediria asilo seria Garanhuns”. De acordo com ele, o boato que existe “é uma bobagem imensa”: “Jamais sairei do Brasil, não há nenhuma razão para qualquer condenação, a não ser o boato que existe na praça de que tudo isso é para evitar que Lula seja candidato em 2018. Não sei se vai evitar ou se estão me provocando. Não sei onde essa gente quer chegar”, apontou. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.