Trio de ferro de Temer vai à imprensa para reconquistar o mercado: veja o que eles disseram

O mercado tem mantido atenção sobre os posicionamentos públicos de Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e Henrique Meirelles, em busca de pistas para se antecipar aos futuros acontecimentos

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após escorregões em pautas importantes como a prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) e a renegociação da dívida dos Estados, a equipe do presidente em exercício, Michel Temer, busca manter viva a esperança dos mercados por dias melhores para a economia brasileira em um ambiente de cada vez mais incertezas. Nos últimos dias, três dos principais ministros do atual governo deram entrevistas a veículos de imprensa e importantes sinalizações foram feitas. O mercado tem mantido atenção sobre os posicionamentos públicos de Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Meirelles (Fazenda), buscando pistas para se antecipar aos futuros acontecimentos. Veja o que disse de mais importante cada um dos ministros:

Eliseu Padilha
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro garantiu que não haverá surpresa na lei orçamentária de 2017 e que o governo fechará as contas do ano que vem sem aumento de impostos. A ideia é cumprir o déficit esperado de R$ 139 bilhões apenas com cortes nas despesas, caso das revisões na concessão de seguros por causa de acidentes de trabalho, que podem render uma economia de até R$ 7 bilhões.

“O presidente Michel (Temer) e a área econômica entendem que o Orçamento de 2017 fechará sem aumentar ou criar tributos. Por quê? Temos um mar de oportunidades para parcerias com o setor privado, pelas quais a União receberá valores de outorgas também”, afirmou.

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Padilha aproveitou a conversa para deixar claro que o governo não esperará passarem as eleições municipais para enviar ao Congresso a agenda econômica desejada. É o caso da reforma da Previdência, cujo texto deverá ser finalizado e encaminhado aos parlamentares depois do impeachment, mas antes da corrida às urnas.

Ele acredita que, passado o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o peemedebista terá mais força política para negociar suas pautas. “Ele somará essas duas qualidades: o presidente e o respeitado conhecedor e operador do Congresso”, disse. O ministro ainda fez uma nova manifestação em apoio a Henrique Meirelles ao que ele entende como um fogo amigo do PSDB. Para Padilha, o atual chefe da Fazenda é “indispensável” para a recuperação econômica do Brasil.

Geddel Vieira Lima
Passado o processo de impeachment, o governo de Michel Temer buscará combater o ceticismo de empresários e aliados insatisfeitos com a condução do ajuste fiscal. A ideia é contrapor à crescente percepção de que a atual gestão tem cedido até a corporações que reagiram contra as medidas econômicas até o momento propostas.

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Em fala ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro Geddel Vieira Lima expôs outra posição: “O governo fará após o impeachment tudo que for necessário para pôr a economia nos trilhos, fazendo com que ela volte a crescer e gerar emprego. Ele fará o que for necessário, seja popular ou impopular”.

Henrique Meirelles
Em entrevista à revista Veja, o ministro desconversou sobre sua possível candidatura às eleições presidenciais de 2018, afirmando que neste momento é candidato a “botar a economia para crescer”. Meirelles voltou a defender a possibilidade de se aumentar impostos caso essa seja a alternativa mais apropriada para o momento, mas ressaltou acreditar ser possível alcançar a meta sem alterar a carga tributária.

O ministro também previu um aumento da arrecadação tributária de R$ 45 bilhões, diante da expectativa de um crescimento da economia além do estimado. Por fim, ele chamou atenção para o fato de o câmbio ser flutuante, em resposta a questionamentos sobre a fala de Temer de que já recebeu as primeiras reclamações de empresários sobre a queda do dólar.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.