Deputados resistem, mas PSDB costura para não trabalhar para cassar Eduardo Cunha

Os tucanos avaliam que o Planalto tem adotado a mesma posição, uma vez que, se quisessem se livrar do deputado fluminense, já o teriam feito

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – As notícias de que estaria sendo costurado um pacto entre o PSDB, o PMDB e os demais partidos do centrão para viabilizar a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara, mas poupá-lo da perda de mandato, têm enfrentado manifestações públicas de resistência das bancadas do PSB, PPS e dos próprios tucanos. A ideia seria que os partidos ajudassem a salvar o peemedebista em troca de terem o apoio para escolher o presidente da casa na próxima eleição, em 2017. Conta matéria do Estadão que a negociação envolve tanto o mandato tampão como para o biênio seguinte. No momento, porém, não se sabe se o acordo irá vingar.

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), por exemplo, disse que, caso a sigla seja procurada, “a resposta será um rotundo ‘não'”. Também encampa posição de embate a qualquer costura dessa natureza o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), importante nome para que o relatório que pede a cassação de Cunha fosse aprovado no Conselho de Ética. “Essa articulação, entre os que querem ajudar o país, não prospera”, afirmou o parlamentar conforme destaca a Folha de S. Paulo. “Esse jogo vai ter reação mais pesada se for colocado nesses termos”.

O mesmo jornal, porém, na coluna Painel, diz que o PSDB pode não trabalhar para que seus deputados votem pela cassação do deputado afastado. Apesar dos efeitos negativos que tal postura implica, o discurso dos que defendem o acordo é que Cunha prestou “um serviço relevante ao país”, ao dar celeridade ao impeachment de Dilma Rousseff. Os tucanos também avaliam que o Planalto tem adotado a mesma posição, uma vez que, se quisessem se livrar do deputado fluminense, já o teriam feito.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.