Frustrados e insatisfeitos: assim ficaram os senadores após jantar com Henrique Meirelles

De acordo com jornais, ministro acabou deixando alguns parlamentares insatisfeitos ao adotar um tom evasivo sobre a posição da equipe econômica frente a temas como o reajuste dos servidores federais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na noite da última terça-feira (28), o ministro da Fazenda Henrique Meirelles se reuniu com 45 senadores – além do anfitrião – na casa do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) na tentativa de estabelecer um diálogo para encaminhar a pauta econômica. Porém, segundo divulgado pelos jornais nesta manhã, o encontro não foi muito proveitoso.

O ministro acabou deixando alguns parlamentares insatisfeitos ao adotar um tom evasivo sobre a posição da equipe econômica frente a temas como o reajuste dos servidores federais. Segundo reportam os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, os senadores buscavam uma sinalização clara em relação ao aumento de salários, já que a previsão é de que eles terão um impacto de R$ 67,7 bilhões até 2019. Os parlamentares questionaram Meirelles se o pacote de reajuste seria prioridade ou se o governo teria outra posição. 

“Os senadores insistiram muito para que ele dissesse sim ou não (aos reajustes), mas na verdade ele não quis ser tão contundente”, contou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) ao Estadão.  Um dos principais críticos da postura de Meirelles foi o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que disse para a Folha: “ao não termos uma resposta muito objetiva, realmente fica essa posição, já que a pauta da população brasileira é exatamente conter despesas. Ele disse que o Parlamento vai avaliar. Não vamos a esse nível de apoiar todos esses aumentos, mas também tem que ter uma posição do governo e não só a posição do Parlamento. Ele é o comandante da política monetária do país”. Já Alves minimizou a questão, ao afirmar que o ministro “não quis ultrapassar limites”, deixando a avaliação do tema com o Congresso.

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O debate sobre o assunto teria começado quando o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) perguntou a Meirelles sobre qual deveria ser a postura do Senado ante os projetos que concedem reajustes justamente num momento em que o governo tenta apertar o cinto e conter gastos. A resposta “não foi muito objetiva”, disse Caiado. “O ministro disse que o parlamento vai analisar, avaliar, mas lógico que nossa posição é clara, não vamos apoiar todos esses aumentos propostos. Mas é preciso ter posição do governo”, disse o líder do DEM no Senado. “O governo mais do que nunca tem que ser sinalizador.” 

De acordo com a Folha, Meirelles evitou apresentar dados concretos sobre a economia e repetiu argumentos já apresentados pelo governo para a retomada da confiança no setor, o que irritou alguns parlamentares. A líder do governo no Congresso, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), ponderou: “não saí desapontada não. […] Tem muito trabalho e precisa do esforço de todo o mundo. Mas há muita ansiedade. Muitos setores estão querendo. O governo dita a política econômica que quer implementar, toma suas decisões e o Congresso debate e discute. A base de apoio vai se formar em torno disso desde que haja um convencimento”. Nenhum senador da oposição compareceu ao evento, conforme anunciado pelo novo líder da minoria Lindbergh Farias (PT-RJ). 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.