Arrependido, Marcelo Odebrecht tira a última esperança de Dilma, diz La Nación

Jornal argentino cita que o empresário deve falar sobre financiamento ilegal de campanha, mas reforça que ninguém está a salvo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em matéria publicada nesta quarta-feira, o argentino La Nación afirmou que, se a presidente afastada Dilma Rousseff tinha planos de voltar ao poder, essa chance ficou muito mais distante com a delação do “empresário arrependido” Marcelo Odebrecht, que foi preso no âmbito da Operação Lava Jato.

A matéria, chamada “um homem de negócios tira a última esperança de Dilma” e destaca que, se as acusações se confirmarem, poderá afetar fortemente a petista. O La Nación cita a reportagem da véspera do jornal Folha de S. Paulo, destacando delação premiada em que o empreiteiro reconhecerá perante a Justiça que financiou ilegalmente a campanha da petista em 2010 e 2014.

Mais do que isso, a reportagem ressalta que Odebrecht relatará a conversa que teve com Dilma no México em 26 de maio de 2015. Ele a teria alertado que os investigadores da Lava Jato estavam prestes a descobrir os pagamentos ilícitos que a Odebrecht fez ao marqueteiro João Santana na Suíça. Porém, segundo o empreiteiro Dilma não deu atenção ao que ele dizia. A conversa ocorreu 24 dias antes da prisão do empresário pela Polícia Federal. Odebrecht ainda tratou de pagamentos ao PT com representantes do partido, em sua casa no Morumbi, na zona sul de São Paulo.

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Em nota, a assessoria de Dilma afirmou que esteve com Marcelo Odebrecht no México, em viagem oficial, mas argumenta que doações e pagamentos a João Santana não foram tratados na conversa. Segundo a nota, “Marcelo faz suposições que não merecem comentários”.

Além disso, o jornal argentino ressalta que ninguém está a salvo da investigação, uma vez que diversos empresários e cinquenta políticos estão sendo alvos da Operação Lava Jato e que envolve até o ex-governador de Pernambuco morto em 2014, Eduardo Campos. 


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.