Lava Jato: Nestor Cerveró fecha acordo de delação premiada com a Justiça

O acordo foi firmado entre os advogados de Cerveró e a PGR (Procuradoria Geral da República) no último dia 18 de novembro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após entregar documentos que culminaram na prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do presidente do BTG Pactual André Esteves, o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró fechou acordo de delação premiada com os procuradores da Operação Lava-Jato.

O acordo foi firmado entre os advogados de Cerveró e a PGR (Procuradoria Geral da República) no último dia 18 de novembro.

O líder do governo no Senadoe o presidente e controlador do BTG Pactual foram presos nesta quarta-feira por suspeita de obstruírem a operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção que envolve a Petrobras.

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Delcídio teve prisão preventiva decretada, ou seja, sem prazo para ser liberado. Já Esteves está sob prisão temporária de cinco dias, que pode ser estendida pelo mesmo prazo, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF).

   

Além dos dois, foram presos nesta quarta o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, e o advogado do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro Filho.

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Policiais federais também cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete de Delcídio no Congresso Nacional. O mesmo ocorreu na residência de Esteves e na sede do BTG Pactual em São Paulo, segundo fonte ouvida pela Reuters.

   

A prisão de Delcídio, que tem foro privilegiado por ser senador, foi autorizada pelo ministro do STF Teori Zavascki depois que o Ministério Público Federal (MPF) apresentou provas de que ele teria tentado obstruir os trabalhos da Lava Jato.

   

Zavascki, responsável pelas ações no STF decorrentes da Lava Jato, disse durante a sessão que Delcídio foi acusado de ter supostamente negociado oferta de fuga ao ex-diretor da área Internacional da Petrobras em troca de silêncio nas investigações.

   

O ministro afirmou ainda, com base em documentos do MPF, que Delcídio teria oferecido ainda ajuda financeira mensal de 50 mil reais à família de Cerveró, além de intervenção política a favor dele, para que o ex-diretor da Petrobras não firmasse acordo de delação premiada com a Justiça. O pagamento, segundo o MPF, seria feito por Esteves, do BTG Pactual.

   

Ainda de acordo com o material encaminhado pelo MPF ao Supremo, o banqueiro teria “cópia de minuta do anexo de colaboração premiada de Nestor Cerveró”.

   

O ex-diretor da Petrobras, que já foi condenado a 12 anos de prisão por pela Justiça no âmbito da Lava Jato, acusou Delcídio de participação em desvio de recursos na compra pela estatal da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, segundo a mídia. 

   

A Lava Jato investiga sobrepreço em contratos de obras principalmente da Petrobras com participação de funcionários, executivos de empreiteiras e políticos. A petroleira já reconheceu em seu balanço do terceiro trimestre de 2014 perda de 6,2 bilhões de reais por corrupção.

(Com Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.