Banco suíço usado por Cunha o denunciou por lavagem de dinheiro; PGR confirma contas secretas

A Procuradoria disse que recebeu em abril um relatório o sobre "lavagem de dinheiro" de um banco no país que se referia ao presidente da Câmara dos deputados.

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em comunicado divulgado na manhã desta quinta-feira (1), a Procuradoria-Geral da Suíça informou que um banco suíço foi o responsável por levantar suspeitas contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A Procuradoria disse que recebeu em abril um relatório o sobre “lavagem de dinheiro” de um banco no país que se referia ao presidente da Câmara dos deputados. “Depois da abertura de um processo, os ativos de Eduardo Cunha foram bloqueados”, afirmou.

O banco também encontrou “disparidades” entre a renda do deputado declarada e os valores transferidos, além de registrar que parte dos depósitos vinha de contas que já estavam sendo rastreadas.

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A Suíça investiga pagamentos relacionados à Petrobras desde o ano passado e, durante meses, pediu que bancos entregassem à Justiça detalhes sobre dezenas de contas. Mais de 300 delas já foram identificadas e bloqueadas.

Nesta semana, o empresário e lobista ligado ao PMDB, João Henriques, afirmou à Polícia Federal que abriu uma conta na Suíça para pagar propina ao presidente da Câmara dos Deputados. A transferência está relacionada a um contrato da Petrobras (PETR3PETR4) para a compra de um campo de exploração em Benin, na África. 

Antes de João Henriques, o executivo Júlio Camargo e outro lobista, Fernando Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, já haviam citado Cunha como receptor de US$ 5 milhões em propinas na contratação de um navio sonda pela petroleira em 2006. Por esse motivo, o presidente da Câmara foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro. 

Ontem, por meio de nota, a Procuradoria-Geral da República, comandada por Rodrigo Janot, confirmou que o presidente da Câmara dos Deputados e seus familiares possuem contas secretas na Suiça.

“As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e familiares. As investigações lá iniciaram em abril deste ano e houve bloqueio de valores”, diz a nota do MP.

Sem comentários
Cunha disse ontem que não iria comentar as denúncias de que teria sido remetido ao Brasil, pelo Ministério Público da Suíça, procedimento investigatório supostamente relacionado a ele. “Não vou comentar, porque não vi nada. O dr. Antônio Fernando de Souza [advogado de defesa de Cunha] vai emitir uma nota”, informou.

“Não falo sobre esse tipo de situação. Está muito claro para mim que a cada dia sempre surge uma coisa nova. Minha escolha já está feita há muito tempo. O terreno que tenho para atuar e poder promover a verdade dos fatos será sempre o Supremo Tribunal Federal e meu porta-voz será sempre meu advogado. Não há o que falar. Não falarei. Amanhã vai surgir outra e depois de amanhã mais uma.”

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.