Governo Dilma tem aprovação de apenas 7%, diz nova pesquisa

Daqueles que esperam que ela não permaneça na presidência, 61% acreditam que ela vai se demitir e 35% dizem que ela sofrerá impeachment, mostram os dados do Ideia Inteligência

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Pesquisa realizada pela Ideia Inteligência entre os dias 10 e 14 de setembro com 20.006 entrevistados em 144 cidades do Brasil e divulgada no blog Beyond Brics, do Financial Times, trouxe novas notícias negativas para a presidente Dilma Rousseff. A pesquisa mostrou que apenas 7% aprovam o governo da presidente, que é desaprovada por 71% da população.

“Esta é a pior avaliação presidencial desde o retorno da democracia no Brasil e justifica a expectativa da maioria, ou 64% por cento, de que ela não vai completar o seu mandato”, afirmou Mauricio Moura, diretor do Ideia Inteligência. A coluna, de Paulo Sotero, diretor do Woodrow Wilson Center, destaca que apenas 32% dos entrevistados disseram que Dilma deverá continuar presidente até 2018.

Daqueles que esperam que ela não permaneça na presidência, 61% acreditam que ela vai se demitir e 35% dizem que ela sofrerá impeachment, mostram os dados.

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Conforme destaca Sotero, percepções semelhantes são compartilhadas por líderes do próprio PT e, cada vez mais, disseminada para o público em geral. “O ex-presidente do partido Tarso Genro disse isso em uma entrevista na semana passada, que ela seria abandonada por seu próprio partido se as medidas de austeridade prejudicarem os pobres, como está prestes a acontecer. André Singer, professor universitário que foi porta-voz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, escreveu no jornal Folha de S. Paulo que o rebaixamento do Brasil para junk na semana passada pela Standard & Poor’s poderia ser o começo do fim do governo Dilma Rousseff”, ressalta.

De acordo com a mesma pesquisa da Ideia Inteligência, apesar do pacote anunciado na segunda-feira ter sido mal recebido, os brasileiros podem aceitar sacrifícios para superar as dificuldades atuais e colocar a economia em um rumo mais promissor. Ao serem perguntados se as investigações em curso no âmbito da Operação Lava Jato devem continuar apesar dos efeitos negativos que possam ter para uma economia já em recessão, 88% avaliam que sim.

Além disso, nada menos que 81% disseram discordar que a investigação foi uma das principais causas da crise, como alguns políticos e líderes empresariais têm argumentado.

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“Uma maioria significativa dos brasileiros parece compreender a importância do inquérito em curso, mesmo considerando que o processo poderia levar a mais incerteza econômica e instabilidade política”, afirma Moura.

Conforme ressalta Sotero, a espiral descendente da economia do Brasil levará a uma combinação negativa de alta de impostos e corte de gastos. Mas as reações muito negativas para o conjunto mais recente de tais medidas anunciadas em Brasília na segunda-feira sugerem que o governo da presidente Dilma Rousseff já não tem a credibilidade necessária para ser capaz de conter a crise. As medidas, centradas na recriação da CPMF, têm poucas chances de serem implementadas por uma presidente desacreditada, avalia, o que reforça que o governo pode “estar no início do fim”, como indica o cenário da pesquisa. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.