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SÃO PAULO – Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o Palácio do Planalto ficaram “perplexos” diante da abertura da ação de cassação de mandato contra Dilma Rousseff e o seu vice presidente Michel Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Em um julgamento que contou com bate-boca, os ministros Luiz Fux e Henrique Neves, do TSE, se manifestaram na última terça-feira (25) a favor da continuidade de uma ação apresentada pelo PSDB que pede que os mandatos da presidente Dilma Rousseff e seu vice-presidente, Michel Temer, sejam impugnados. Com os votos, formou-se a maioria de quatro ministros dentre os sete da Corte que são favoráveis à continuidade da ação.
Os ministros do STF que não atuam na Justiça Eleitoral avaliaram que a fragilidade política de Dilma é “sem precedentes”. Segundo a coluna, a “cozinha do governo” foi pega de surpresa com a maioria pró-investigação, apesar da ministra Luciana Lóssio ter pedido vista da ação – adiando a decisão final mais uma vez.
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Além disso, informa a coluna, o pedido de Henrique Neves para antecipar seu voto mesmo com o pedido de prazo enfureceu o entorno de Dilma. O ministro estava em campanha ostensiva para ser reconduzido ao TSE há pouco tempo.
As primeiras providências a serem tomadas após a abertura da ação é solicitar material da Operação Lava Jato, de onde poderiam vir provas de crimes eleitorais de Dilma.
A ação aberta pelo PSDB no TSE alega abuso de poder econômico e afirma que propinas oriundas do esquema de corrupção na Petrobras podem ter sido misturadas às doações oficiais. No voto pela abertura da investigação em meados de agosto, o ministro Gilmar Mendes afirmou que é preciso esclarecer se houve lavagem de dinheiro de propina no esquema da Petrobras por meio de doação eleitoral e já pediu à Procuradoria Geral da República e à Polícia Federal que as contas da campanha à reeleição de Dilma fossem investigadas.