Protesto mais fraco faz menções contra Dilma despencarem 78% no Twitter

O resultado da pesquisa reforça a leitura de que os protestos contra o governo perderam força, no entanto, estão longe de serem insignificantes

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – As menções ao nome da presidente da República Dilma Rousseff no Twitter caíram durante as manifestações do último domingo, 16 de agosto. Segundo pesquisa feita pela empresa de consultoria focada em monitoramento de redes sociais Bites, as postagens que tinham a petista como alvo minguaram de 443,4 mil, em 15 de março, para 99,7 mil até as 20h de ontem (horário de Brasília) no microblog – o que corresponde a uma redução de 77,5%. Para viés de comparação, os números considerados para 15 de março levaram em conta registros até as 20h daquela data.

O resultado da pesquisa reforça a leitura de que os protestos contra o governo perderam força, no entanto, estão longe de serem insignificantes. A conclusão dos pesquisadores é de que a intensidade da insatisfação popular teria ficado no mesmo patamar que em outros protestos, apesar de o número de pessoas nas ruas ter sido muito mais reduzido.

Em detrimento à expressiva redução nas menções a Dilma, a pesquisa também constatou uma elevação significativa nas citações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que saltaram de 28,2 mil em março para 44,3 mil até as 20h do último domingo, uma alta de 57%. Entre as lideranças da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) – um dos mais interessados em um possível impeachment de Dilma por conta de seu grande potencial de recall das últimas eleições – foi o que obteve maior apoio no Twitter, com 17.096 referências.

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A pesquisa ainda observou os tweets que tiveram como alvo os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, respectivamente, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre os dois, o primeiro foi o mais lembrado, com 4.484 menções, contra 1.704 do segundo. No total, os protestos da véspera geraram 229 mil tweets no Brasil, 757 posts em blogs e 3.698 artigos em sites de notícia. De acordo com o estudo da Bites, os artigos representaram quase um terço de tudo que os jornalistas brasileiros publicaram nesse domingo. Somente as 20 notícias com maior engajamento nas redes registraram 408.203 interações no Facebook, Twitter e LinkedIn.

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela condução da Operação Lava Jato e por isso apontado como um dos “heróis” dos manifestantes, também foi monitorado pelo estudo. Conforme ressaltou o relatório cedido pela Bites ao InfoMoney, ele “se submeteu a uma espécie de plebiscito e saiu vitorioso e ainda com mais apoio da opinião pública para levar a investigação adiante. Ele conseguiu quase 12 mil tweets durante o domingo, na sua maioria de apoio ao trabalho à frente da Lava Jato”.

A pesquisa ainda destacou a participação ativa de aliados ao governo nas redes. “Eles conseguiram emplacar a hashtag #carnacoxinha nos Trending Topics mundiais do Twitter. Foram 106.557 posts até às 20h, produzidos por 34.655 perfis”, escreveu a Bites em relatório. No balanço final da empresa de consultoria, ao cabo de três manifestações contra a presidente Dilma e seu partido, foram produzidos 7,6 milhões de posts no Twitter entre 15 de março e o último domingo, considerando a combinação das palavras Dilma, protestos e manifestações. Foram 368.967 notícias publicadas em sites jornalísticos e 220.788 artigos em blogs.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.