Dilma: “Estamos atualizando as bases da economia e vamos voltar a crescer com todo potencial”

Apesar do cenário adverso, a presidente defendeu que o governo tem todas as condições de superar todas as dificuldades e que o Brasil estaria passando por uma "travessia"

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A presidente Dilma Rousseff está reunida com os 27 governadores dos estados e Distrito Federal para um encontro no Palácio da Alvorada na tarde desta quinta-feira (30) que visa o estreitamento de relações. Em discurso encerrado há poucos instantes, Dilma ressaltou a importância do encontro para os rumos do país e a legitimidade do papel que cada um dos presentes ocupa à frente de importantes cargos públicos.

A fala entra em um contexto em que as especulações sobre um possível processo de impeachment presidencial volta a ganhar corpo na medida em que a popularidade de Dilma recua. “Todos fomos eleitos em amplo processo democrático”, continuou. Na avaliação da presidente, a conjuntura em que a eleição dos atuais líderes se deu “em uma conjuntura bem mais favorável do que aquela que estamos enfrentando”.

Apesar do cenário adverso, ela defendeu que o governo tem todas as condições de superar todas as dificuldades e que o Brasil estaria passando por uma “travessia”. A transição seria a etapa para a criação de bases para um crescimento sustentável que permita um novo ciclo de expansão, que trará mais emprego e distribuição de renda. “Estamos atualizando as bases da economia e vamos voltar a crescer com todo nosso potencial”, disse. Na avaliação da presidente, a condição da economia brasileira, apesar do momento delicado, é de maior solidez. “A economia brasileira é bem mais forte, sólida e resiliente do que era alguns anos atrás, quando enfrentou crises similares”, declarou.

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Em linha com discursos anteriores, Dilma falou sobre o momento conturbado para a economia mundial e fez destaque especial para a China – maior parceiro comercial brasileiro. “É a vez de a China passar por grandes dificuldades, mas tenho certeza que eles superarão isso”, disse. Como efeitos da crise a presidente elenca uma forte desvalorização das commodities e das moedas, o que, invariavelmente, trouxe impactos significativos sobre a economia brasileira.

No caso do Brasil, Dilma ainda listou a seca prolongada no nordeste e os problemas hídricos no sudeste como grandes agravantes para o controle da inflação – que ainda se encontra resiliente e distante do centro da meta de 4,5% no acumulado de 12 meses (hoje, o IPCA soma 8,9%) -, mas ressaltou os esforços do governo em pôr em prática o ajuste fiscal para recuperar a confiança do mercado. “Estamos fazendo um esforço grande para reduzir despesas discricionárias, de custeio e alguns investimentos”, declarou.

As expectativas de Dilma são de que o país já comece a ver claros sinais de redução da inflação e retomada do crescimento, puxada por exportações e infraestrutura, que devem criar uma nova base para o desenvolvimento sustentável do crédito a partir do ano que vem. Tal retomada de crédito, segundo a presidente, deverá contribuir em novos avanços para o consumo das famílias. Ela também projeta uma continuidade no processo de distribuição de renda no país e comemorou o fato de o Brasil ser um país “majoritariamente de classe média”.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.