Cunha pediu US$ 5 milhões em propina, diz delator da Lava Jato

Deputado nega a acusação e diz que está "absolutamente tranquilo"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O empresário Júlio Camargo, que prestou consultoria à Toyo Setal e delator da Operação Lava Jato, afirmou nesta quinta-feira (16) que o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu propina R$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras. 

Segundo o depoimento, Camargo disse que o pedido de propina teria ocorrido pessoalmente, em uma reunião no Rio. 

O nome de Eduardo Cunha surgiu quando Camargo, cujo acordo de delação premiada foi homologado em dezembro de 2014, cita o deputado como destinatário de propina. O delator respondia ao juiz Sergio Moro se vinha sendo pressionado a pagar propina por Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos com a Petrobras. 

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“Julio, realmente nós estamos com um problema, porque eu estou sendo pressionado violentamente, inclusive, pelo deputado Eduardo Cunha”, disse Julio Camargo, atribuindo a frase a Fernando Baiano. “Isso aí vai chegar numa situação muita embaraçosa para mim, mas para você, com certeza vai ser muito mais embaraçosa”, informou.

Ele respondeu a Baiano: “Eu falei, bom, eu estaria à disposição para conversar com o deputado Eduardo Cunha explicar o que está acontecendo. Ele falou: Julio, ele não quer conversar com você. Ele quer receber.”

Camargo afirmou ter se reúnido pessoalmente com o deputado. “O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando no qual ele era merecedor de US$ 5 milhões”. 

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Cunha afirmou hoje que está “absolutamente tranquilo” e afirmou que o objetivo da Lava Jato na semana é constranger o Legislativo. “O ônus da prova é de quem acusa, não de quem se defende”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.