Bolsonaro: eu não falo o que o povo quer ouvir, eu sou o que o povo quer; veja o vídeo

O deputado defendeu seu mandato, dizendo que é "um exemplo", e disse que a Secretaria de Direitos Humanos "é um lixo, só defende vagabundos"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na última sexta-feira (3), o deputado Jair Bolsonaro participou do programa “Mariana Godoy Entrevista”, na RedeTv!, e como não podia deixar de ser, foi bastante polêmico em suas declarações. Durante a entrevista, ele defendeu a redução da maioridade penal, disse que não tem “nada contra” homossexuais e negros e revelou seus planos para as eleições de 2018.

Bolsonaro afirmou que tem “imunidade parlamentar” para falar, quando questionado sobre sua maneira “sem filtro”. A jornalista perguntou se teria algum problema caso um de seus filho se casasse com alguém negro e o deputado afirmou que “não teria problema nenhum” com isso, lembrando ainda que ele foi a julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) por um processo movido pela cantora Preta Gil por “racismo e homofobia”.

“Minha briga contra negros é apenas pelas cotas. Contra gays, meu problema é em relação ao material escolar distribuído para criancinhas com filmes de meninas se beijando”, explicou o deputado. Segundo Bolsonaro, é a falta de argumentos contra suas propostas que criaram o rótulo de “homofóbico”. “Eu não tenho nenhum interesse na vida particular de ninguém que seja. Se ele quiser ser feliz com um homem uma mulher, ele que seja. Meu problema é com o material escolar, o chamado ‘kit gay'”, completou.

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Durante a entrevista, o repórter Mauro Tagliaferri perguntou se Bolsonaro acredita na força da ditadura militar, e o deputado disse que é contra o termo. Sobre o Partido Militar Brasileiro, no qual ajuda com a coleta de assinaturas, Bolsonaro disse que “não vai se mudar” para lá, e ainda defendeu a troca do nome da sigla, por considerar o atual “muito forte”.

“Estou desafiando qualquer problema de televisão ao vivo, faça uma enquete. Coloca lá Aécio Neves, Lula, Marina Silva, Jair Bolsonaro, Levy Fidelix. Duvido que numa enquete ao vivo eu não ganhe de todos eles juntos. Não é que eu falo o que o povo quer ouvir, eu sou o que o povo quer”, afirmou o deputado. Bolsonaro pediu ainda a retração de Luciano Huck e de Marcelo Tas depois de toda a polêmica com racismo e a cantora Preta Gil. Huck e Tas defenderam Preta após a fala do político.

Bolsonaro defendeu ainda o uso de profissionais militares em colégios e citou o exemplo de escolas que melhoram seus índices após colocarem militares em seus quadros de funcionários. “São pessoas com noções de disciplina, algo que falta nas crianças. Caso fosse presidente da República, ia colocar militares nas escolas”, disse.

Mariana quis saber então, se Bolsonaro fosse presidente, quantos ministérios ele teria. “Com certeza não seriam 38. A Secretaria de Direitos Humanos, por exemplo, é um lixo, só defende vagabundos”, afirmou. O deputado defendeu seu mandato, dizendo que é “um exemplo”. Bolsonaro disse ter sido citado por Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, durante o processo do mensalão, citando o comportamento exemplar dele.

O deputado ainda defendeu o mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que aprovou o chamado orçamento impositivo. Mariana argumentou que a decisão deixa o governo “refém” da Câmara, algo do qual Bolsonaro discordou. “O Congresso está muito bem, melhor do que no passado”, afirmou.

Confira a entrevista completa:

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.