Dilma não merecia uma queda tão grande de popularidade, afirma Financial Times

Em coluna, jornalista britânico afirma que outros presidentes, que já presidiram o país em períodos piores, obtiveram números melhores nas pesquisas; porém, há motivos para descontentamento

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em coluna nesta sexta-feira, o jornal britânico Financial Times destacou a baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff, destacando que a brasileira se esforça para recuperar o controle dos índices de aprovação. O último CNI/Ibope mostrou que apenas 9% consideram o governo Dilma bom ou ótimo. 

E, de acordo com o jornalista Joe Leahy, que assina a coluna, Dilma corre o risco de sofrer impeachment. “Com a popularidade tão baixa, Dilma está vulnerável ao impeachment particularmente se as investigações sobre a Petrobras encontrarem algo ligando ela ao problema”.

Porém, destaca o colunista, a forte queda da popularidade da presidente não é inteiramente merecida: isso porque outros presidentes, que já presidiram o país em períodos piores, obtiveram números melhores nas pesquisas.

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A maior economia da América Latina está caminhando para uma recessão e a taxa de desemprego subiu para 6,75% em maio. O desemprego se aproxima de níveis argentinos, mas certamente não é ainda tão ruim como a Grécia ou em outros lugares no sul da Europa”, afirma. 

“Analistas brasileiros falam livremente da ‘crise’, mas o país não está enfrentando a turbulência que caracteriza crise. Não há nenhuma crise de balanço de pagamentos, por exemplo. O Brasil ainda tem uma das mais altas reservas cambiais do mundo”, afirma. 

Dilma também não está confiscando os depósitos dos clientes dos bancos brasileiros, como Fernando Collor, o único presidente brasileiro da história moderna a ser cassado, no início dos anos 1990. Apesar disso, seus índices de aprovação na mesma pesquisa CNI-Ibope caíram tanto quanto o dele, afirma o FT.

Contudo, o colunista destaca que há muitos motivos para descontentamento. Isso porque a campanha para a reeleição de Dilma negava que havia problemas na economia, mas, logo após a vitória, o governo começou uma reviravolta com adoção de medidas austeras. Além disso, afirma, o ex-presidente e mentor de Dilma, Lula, “não tem ajudado”. 

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Além disso, afirma o jornal, “a incompetência do governo também está mais difícil de ser dissimulada  do que no passado. A internet, smartphones e as mídias sociais têm dado aos eleitores maior acesso à informação”. “Talvez a principal razão para os eleitores estarem tão zangados é que as expectativas eram muito elevadas”, continua.

Assim, o FT diz que “a única esperança dela é que o ajuste fiscal de Joaquim Levy estabilize a fraca economia e ganhe tempo para restaurar o crescimento”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.