Marcelo Odebrecht prestou depoimento à PF antes de ser preso; confira o que ele falou

No último dia 18 de maio, o empresário negou ter recebido privilégios do governo e afirmou desconhecer qualquer ajuste voltado à prática de sobrepreço em contratos firmados pela Petrobras

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na última sexta-feira, 19 de junho, a 14ª fase da Operação Lava Jato, chamada Erga Omnes, foi deflagrada, culminando com a prisão de Marcelo Odebrecht, o presidente de uma das maiores companhias do Brasil, a Odebrecht. 

Porém, se hoje uma das questões é se ele fará ou não delação premiada, vale lembrar que ele já prestou um depoimento à Polícia Federal. Foi no último dia 18 de maio, em que o empresário negou ter recebido privilégios do governo e afirmou desconhecer qualquer ajuste voltado à prática de sobrepreço em contratos firmados pela Petrobras (PETR3;PETR4). As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e da Folha de S. Paulo.

O termo do depoimento foi anexado aos autos da última fase da Operação Lava Jato. Odebrecht depôs no curso de uma investigação sobre uma suposta doação de R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) em 2010.

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Odebrecht afirmou que não se recordava de ter recebido solicitação da senadora para contribuir financeiramente. Ele afirmou que “não mantinha relação pessoal com Gleisi Hoffman e que não houve um encontro destinado à solicitação para campanha, uma vez que se tivesse ocorrido, o declarante possivelmente se recordaria”. 

O dono da Odebrecht ainda afirmou que nunca tratou com Paulo Roberto Costa, ex-diretor financeiro da Petrobras e um dos delatores na Operação Lava Jato, sobre contribuições financeiras para a campanha da senadora e afirmou que a sua relação com o então executivo da estatal “limitava-se a questões afetas ao Conselho de Administração da Braskem”. 

Em depoimento hoje, Costa afirmou que recebeu propina da petroquímica Braskem (BRKM5), para agilizar a venda de nafta pela estatal. Em depoimento complementar aos investigadores da Lava Jato, Costa disse que, entre 2006 e 2012, recebeu em média US$ 3 milhões a US$ 5 milhões por ano, em contas na Suíça.

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O ex-diretor explicou que o dinheiro foi transferido para Bernardo Freiburghaus, um dos operadores financeiros que está foragido. O ex-diretor disse que participou de uma reunião na qual estava presente Alexandrino de Salles de Alencar, executivo da Odebrecht, controladora da Braskem, para tratar dos pagamentos. No depoimento, Costa disse que a compra da nafta era mais vantajosa por meio da Petrobras, devido ao alto custo do frete.

Odebrecht afirmou ainda em maio que desconhece “qualquer ajuste voltado à prática de sobrepreço em contratos firmados pela Petrobras” e afirmou que o grupo “nunca recebeu privilégios da administração pública direta e indireta no que se incluem a Petrobras e suas subsidiárias”. 

Gleisi nega categoricamente ter recebido doações ilícitas nas eleições. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.