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SÃO PAULO – Em matéria do último final semana, o New York Times destacou a mudança na dinâmica do poder no Brasil em meio aos escândalos de corrupção no País.
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, foi acusado de evasão fiscal, foi acusado de usar um jato do governo para fazer uma cirurgia para diminuir a sua calvície e permitiu que um lobista de uma empresa de construção civil pagasse pensão alimentícia para a filha de um caso extraconjugal com uma jornalista, ressalta o jornal.
Já o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também tem enfrentado – e lutado com sucesso – uma lista de acusações de corrupção e desvio de dinheiro.
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E essas denúncias acabam por gerar uma situação um tanto quanto curiosa no jogo de poder nacional, destaca o NYT. “Em algumas democracias, figuras que enfrentam situações como essa podem se encontrar banidas da vida pública, mesmo que nunca tenham sido condenadas. Mas não no Brasil, onde os homens que comandam o Congresso atormentado por escândalos estão efetivamente aumentando o seu poder sobre a presidente também atormentada por escândalos, Dilma Rousseff”, afirma o jornal.
O movimento, ressalta a publicação, reflete uma das mais profundas mudanças no poder político do País em décadas e é uma medida clara dos problemas que Dilma enfrenta agora na sequência dos casos de propina que envolvem a Petrobras.
E, em meio ao escândalo da Petrobras, empresa da qual ela foi presidente do Conselho de Administração, o jornal destaca que “nenhum testemunho surgiu indicando que Dilma pessoalmente lucrado com o esquema. Mas, ao mesmo tempo, Dilma foi colocada na defensiva, insistindo que o suborno não foi canalizado para sua campanha eleitoral. O escândalo se aproximou da presidente após a detenção do tesoureiro de seu partido, João Vaccari Neto”.
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Mas o jornal avalia que, embora estejam adotando posturas conflitantes com Dilma, Calheiros e Cunha assumem posições diferentes, por exemplo, no projeto de terceirização.
Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que votou contra Dilma na reeleição, disse ao jornal que a crescente influência sobre o presidente pela troika formada pelos chefes do Congresso e do vice-presidente equivalia a um “golpe de Estado”. “Em vez de um general, um brigadeiro e um almirante agindo com o apoio das forças armadas, nós temos o vice-presidente da República e os chefes do Congresso de manobra com o apoio das tropas do PMDB”, disse Buarque.
E o NYT ressalta que crescente resistência do Congresso representa um ponto de virada para uma instituição, que tem sido amplamente desprezado no Brasil para a sua propensão para premiar-se com aumentos salariais quando outras partes da sociedade suportam as medidas de austeridade, e por sua capacidade de proteger os seus membros a enfrentar desafios legais.
E, no final, a revista destaca o perfil de Cunha, um comentarista de rádio cristã evangélica e economista que busca alcance nacional em aparições em todo o Brasil, defendendo uma agenda socialmente conservadora e sugerindo que o PMDB, que fez acordo político por anos com o PT, deva seguir outra linha. E, em meio à influência que Cunha exerce sobre o Congresso, alguns observadores estão advertindo a presidente para proceder com cuidado, se ela espera ressuscitar sua presidência.
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