Amazônia: mecanismo de desenvolvimento

 É necessário um novo meio de ganhar dinheiro e a facilitação da honestidade, com a presunção que o cidadão comum é honesto pode ser um bom começo - hoje presume-se ao contrário

Equipe InfoMoney

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Augusto César Barreto Rocha*

Vivemos em uma economia moribunda, que não entusiasma a geração de riqueza. A cada dia surgem novas regras para atrapalhar. Neste complexo emaranhado de agências, regimentos, comitês, portarias, normas, regulamentos, decretos e leis existe uma diversidade de mecanismos para complicar a vida do cidadão, com um convite velado: vamos nos corromper, para escapar da burocracia. O Mecanismo detalhado no seriado do Netflix, dirigido por José Padilha e Marcos Prado, evidencia como existe uma teia de corrupção em todos os níveis do país. Entretanto, ainda não começamos a enfrentar este problema. É necessário um novo meio de ganhar dinheiro e a facilitação da honestidade, com a presunção que o cidadão comum é honesto pode ser um bom começo. Hoje presume-se ao contrário.

O pior deste cenário é que quanto mais leis forem criadas para coibir esta confusão, mais corrupção aparece. O efeito é ao contrário do que espera o entendimento superficial, pois a presença de muita complicação é um campo fértil para os descaminhos. Talvez por um problema da postura do Partido Liberal no Império (1831), onde não havia preocupação com a população, talvez por problemas do que foi o Consenso de Washington (1989) e suas reais intenções, onde havia uma série de medidas que não são exatamente medidas de estimulo à produção, pois estímulos nem sempre são compatíveis com disciplina fiscal ou baixa inflação. Os motivos podem ser vários, mas o que interessa é que temos uma sede de regulagem e tutela do estado, o que é exatamente contrário ao modelo liberal.

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Este modelo também é contrário para os novos desenvolvimentos experimentais. Veículos autônomos atropelarão pessoas, mas seguirão a ser desenvolvidos. Foguetes da Nasa ou de empresas privadas podem explodir com satélites ou pessoas, mas as pesquisas seguem a avançar. Não existe rompimento de fronteiras do conhecimento e de limites sem problemas. A questão é a responsabilização pelas consequências. Quando a Microsoft cometeu atos inadequados, seu presidente teve que responder severamente. O mesmo começa a se dar com o Facebook, no tema da Cambridge Analytica, quando em poucos dias tudo já se encaminha.

Aqui as discussões vivem um sem-fim de conversas, onde nada se decide, atrás de uma perfeição divina, incompatível com a realidade humana. Mesmo com todo este contexto é chegada a hora de se realizar um efetivo enfrentamento da oportunidade de desenvolver a região amazônica e transformar o seu potencial em riqueza. Deixar este potencial de lado, com regras que convidam para a pirataria, contrabando e demais formas inadequadas de usurpação da riqueza da floresta.

Enquanto isso, todos que tentam realizar desenvolvimento na região são perseguidos como criminosos, enquanto os verdadeiros criminosos se embrenham na floresta levando sementes e conhecimentos tradicionais para os quatro cantos do mundo. Até quando? Precisamos correr algum risco, que é o mesmo caminho do sucesso, como dizia Raul Seixas. Para os que não gostam de música, fica a frase do Dalai Lama “toda ação humana, quer se torne positiva ou negativa, precisa depender de motivação”. Que venha a motivação nobre e vamos enfrentar o risco e desenvolver a Amazônia.

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(*) Professor da UFAM, Universidade Federal do Amazonas e Diretor da FIEAM, Federação da Indústria do Estado do Amazonas.

 

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