Suframa e as sementes da civilização

É hora de perguntar sobre os compromisso dos futuros governantes e representantes nos parlamentos federais e locais

Equipe InfoMoney

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Alfredo MR Lopes (*) 

Neste ano decisivo da história  do Brasil, quando escolheremos nossos representantes para o poder executivo e legislativo, em âmbito estadual e federal, em clima de hostilidade e descrédito sem precedentes da classe política, o que significa celebrar o início de mais um Cinquentenário da Zona Franca de Manaus, neste 28 de fevereiro?  É hora de perguntar sobre os compromisso dos futuros governantes e representantes nos parlamentos federais e locais. Em que medida, a defesa da ZFM, o marco regulatório de seus direitos e deveres serão prioridade na ação política dos escolhidos. 

Tudo indica que seguiremos buscando equacionar os gargalos recessivos da economia desvinculando desta tarefa a participação pífia da classe política, muito empenhada em resguardar seus interesses imediatos e livrar-se de ações na justiça. 
Cabe repetir que a nação brasileira não reconhece a Amazônia como sua, mais da metade do seu território e como um potencial imensurável  de riqueza e de oportunidades demandadas pela humanidade. O Brasil, por inépcia ou negligência, virou as costas para a Amazônia. Há pesquisas de várias partes do mundo sendo feitas aqui, mesmo sem o conhecimento do governo, tentando avaliar a importância da Amazônia para desenvolver uma estratégia mais eficiente de dominação/ocupação. Isso não importa ao poder central. 
Quem olhou para a Amazônia depois de Getúlio Vargas? Ele tinha um projeto de integração, com a criação do fundo que gerou a SPVEA – Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, para estudar e gerir a região. Quando da imposição de Washington para retomar a economia gomífera, com o II Ciclo da Borracha, ele mostrou que pensava a região, ao exigir o Banco da Borracha, hoje, Basa. Negociou a criação de Volta Redonda com a entrada na guerra. Mas ele queria mais do que Volta Redonda. Queria Petrobras, Eletrobrás, BNDES, financiamento do Eximbank. Quis avançar na integração da Amazônia, levou um tranco e, por suas ousadias, teve um fim trágico.
Vemos com preocupação este papel messiânico dado aos militares. A eles deveria ser dado todo o apoio necessário para um projeto ambicioso de Amazônia, por seu histórico compromisso, dedicação, estudo e proposições estratégicas. Militares não foram treinados para subir morro e prender traficantes. Eles defendem, constitucionalmente, a ordem no sentido mais amplo, da gestão inteligente, justa, sustentável, com o empenho da brasilidade e avanços civilizatórios. 
Quando os países centrais decidiram decretar a incompetência nacional para gerir a Amazônia, as Forças Armadas foram chamadas para defendê-la. Eles revelaram os reais propósitos de tombar a Reserva Ianomâmi no grito, no governo Collor, numa área superior ao território de Portugal, onde, coincidentemente, estão localizadas as maiores reservas minerais de que se tem notícia, sobretudo para os minerais estratégicos, essenciais à energia nuclear, navegação aérea e interplanetária. 
Por que o Brasil simplesmente ignora as potencialidades amazônicas, sua biodiversidade, as vantagens e promessas da biotecnologia, que os países centrais já mapearam, desde o Projeto Radam, o levantamento aerofotogramétrico mais exaustivo de que se tem notícia. Nas últimas gestões militares da região, generais como Heleno, Villas-Boas, Theóphilo integraram-se aos desafios da Amazônia e receberam do tecido social o reconhecimento do compromisso em defender e promover saídas para a floresta e sua gente. CMA e INPA,  comando militar e o instituto nacional de pesquisas, somaram forças para fazer pesquisa e desenvolvimento de soluções a partir da biodiversidade. 
São 51 anos de acertos de uma economia sustentável e de desenvolvimento regional dentro da racionalidade socioambiental sob a batuta da Suframa. Oxalá, seja ela a gestora da ação federal na Amazônia, compatibilizando os talentos para expandir os acertos, otimizar recursos para ampliar benefícios, reter na região a riqueza produzida na região para reduzir desigualdades regionais, como manda a Constituição, integrando o país em suas vocações de negócios e diversidade de contribuição, tendo em vista resgatar a dignidade e assegurar a viabilidade de uma nova Civilização. 

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(*) Alfredo é filósofo e ensaísta

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