O Brasil e a liderança da bioeconomia mundial

Cabe discutir como aproveitar suas vantagens do país para liderar a bioeconomia mundial, limpar sua matriz de energia expandindo a alternativa  eólica (ventos) e fotovoltaica (luz solar), a integração entre lavoura, pecuária e floresta.

Equipe InfoMoney

Publicidade

Alfredo MR Lopes é jornalista e escritor

Qual é o maior desafio e o Norte da prioridade do Brasil e da Amazônia, hoje – enquanto segue a assepsia das instituições do Estado de Direito –  senão a gestão das oportunidades de que o país e sua floresta dispõem para empinar um novo padrão global de desenvolvimento? Para oferecer alternativas ao sensacionalismo publicitário da operação mãos limpas tropicais, por que não dar espaço para a construção de uma nova ordem socioeconômica pela qual o tecido social está ávido e disposto a executar?

Triste do país que precisa de líderes para conduzir rebanhos.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Carecemos, de imediato e desde sempre, apenas de gestores qualificados em todas as instâncias da vida social, desde a condução inteligente do orçamento e da poupança familiar, aos paradigmas de produção de riqueza e execução das tarefas que o burocratismo travou. Trata-se, aqui, de desatar o nó de uma das áreas mais urgentes quando se fala em gestão e educação como fator de transformação da ordem econômica e social: o desenvolvimento de habilidades e o cultivo de talentos. O Doutoramento Interinstitucional entre Amazonas e São Paulo, suas universidades estaduais, UEA/USP, recém-instalado, busca, fundamentalmente, cumprir a emergência dessa imposição na mudança de valores, atitudes e providências.
Amazonas e São Paulo são os parceiros da hora, curiosamente de uma bioeconomia que ganha outras configurações, e se constituiu com a ascensão e desfecho dos ciclos da borracha e do café.

Se a Amazônia respondeu por 30 anos por 45% do PIB com a extração da borracha nativa na floresta,  a produção agrícola de café, notadamente a partir de 1910, quando  investimentos migraram da floresta para o Sudeste – foi determinante para construir a locomotiva econômica do Brasil.

Por isso, na perspectiva da redução das desigualdades regionais, a hora sugere delinear  um avanço robusto dessa parceria antiga, necessária e  promissora, entre dois estados que se entrelaçam em negócios e pesquisas, notadamente pela expansão de importantes atividades econômicas no país,  dois  ativos financeiros, com passivos sociais e ambientais que carecem de estudos e investigação das dinâmicas evolutivas de seus resultados. Importa, por isso, compreender  a dinâmica de inovação tecnológica  desenvolvida por  São Paulo para se estabelecer  como polo vibrante enquanto a Amazônia – pela abundância perversa de uma riqueza extrativa –  permaneceu região periférica na economia brasileira. Somente com a economia da Zona Franca de Manaus, o III PIB industrial do Brasil, essa relação passa a ser retomada.

Continua depois da publicidade

Quais desafios de pesquisa e interatividade para compreender o papel de seus respectivos empreendimentos e pioneirismo, na perspectiva da ampliação de vantagens de uma aproximação maior entre Sudeste e Amazônia na área de pesquisa e desenvolvimento, na formulação de novos paradigmas de investigação e de empreendedorismo? Em  “ Gestão da Amazônia: Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas”, Jaques Marcovitch aponta – no contexto da qualificação de habilidades –  os pilares  do desafio de gerenciar o bioma amazônico, 2/3 da geomorfologia nacional: o primeiro deles diz respeito à coleta, articulação e ordenamento de saberes, informações dispersas sobre a região.

Anote que menos de 10% do almoxarifado natural foi para análise em laboratórios. Mesmo assim,  partir da base disponível de dados, já se impõe compor um painel econômico e cultural da Amazônia, para as análises que possam orientar a tomada de decisões para a nova bioeconomia. “Não há outro lugar, em nosso País, tão propício quanto esse para experiências avançadas em biotecnologia ou procedimentos de integração e reencontro do homem com a natureza.”, diz  Marcovitch endossando o olhar sobre a Amazônia da geógrafa Bertha Becker, segundo a qual  os inventários do INPA e do Museu Botânico Emílio Goeldi contribuíram para a formação de importantes acervos e coleções bióticas.

Ao Brasil resta discutir  como aproveitar suas vantagens para liderar a bioeconomia mundial, limpar sua matriz de energia expandindo a alternativa  eólica (ventos) e fotovoltaica (luz solar), a integração entre lavoura, pecuária e floresta. A utopia amazônica, como antecipação da nova realidade potencial nacional, portanto, se materializa ao passar do discurso à mão-de-obra  da pesquisa e desenvolvimento, com foco em novos fármacos, essenciais à saúde pública, os fitoterápicos, a dermocosmética e a nutracêutica, indústrias da juventude, a partir das oleaginosas como o cumaru, a copaíba, a andiroba, a castanha do Brasil, o patauá, o buriti e o pau-rosa: a expansão das terapias para a longevidade positivista da nova  ordem da sustentabilidade e da brasilidade.