Supremo vai decidir se estados podem cortar jornada de trabalho e salários dos funcionários

A ministra Carmem Lúcia marcou a definição para o dia 1º de fevereiro. Muitos estados gastam com a folha muito mais que o permitido (60% da receita líquida) – Rio está em 74%, Minas em 76%.

José Marcio Mendonça

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Nas mãos do Supremo Tribunal Federal, não apenas exclusivamente nas da presidente Carmem Lúcia, está parte do sucesso do acordo para aliviar a situação financeira da quase totalidade dos estados brasileiros, não somente a do Rio de Janeiro, sem dúvida o mais encalacrado de todos no momento. A solução básica é os governadores reduzirem seus gastos de um modo geral, pois o espaço para aumento de receitas é curto e qualquer insistência nesse ponto, em impostos que atingem empresas e cidadãos, pode ser contraproducente.

A manchete de “O Globo” de hoje mostra um dos pontos que precisam ser atacados – e, repita-se, não é “privilégio” apenas dos fluminenses. Segundo o jornal, o estado do Rio está gastando 74% de sua receita líquida com pessoal, muito acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal 60%) e muito além do razoável seja na administração pública seja até na administração privada. É esta uma das contas que o governador Luiz Fernando Pezão terá de diminuir. A folha de Minas, de acordo com a “Folha de S. Paulo”, já consome 76% da receita corrente.

Uma das medidas do acordo que está sendo finalizado entre o Rio e Brasília, Pezão e o ministro Henrique Meirelles, é a possibilidade de redução da jornada de trabalho dos servidores fluminenses com a concomitante redução proporcional dos salários. Porém, há no STF uma liminar proibindo este tipo de solução. É o julgamento dessa liminar que a ministra Carmem Lúcia marcou para o plenário da corte no dia 1º de fevereiro. Sem isso, dizem o governador e o ministro, o ajuste do Rio – e posteriormente de outros estados interessados – ficará capenga. A questão do pessoal, por tudo que envolve, aliás, é o ponto mais difícil e mais dramático do acerto das contas públicas em geral.

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Destaques dos

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3. Editorial – “Perdido no caos” (diz que sem saber como enfrentar crises nas prisões o ministro da Justiça propõe medida que restringe os direitos dos advogados e dos presos) – Folha

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