Melhoram as expectativas na construção civil

Porém, as atividades nos próximos meses devem continuar em retração

Equipe InfoMoney

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Colunista convidada: Ana Maria Castelo, pesquisadora Ibre-FGV

A sondagem da construção da FGV mostrou que depois de alcançar em fevereiro o piso de sua série histórica, a confiança das empresas da construção registrou pequena alta em março. Dos dois componentes do Índice de Confiança da Construção (ICST), índice de situação atual (ISA) e de expectativas (IE), o que puxou a melhora foi o de expectativas.

O que isto significa? O indicador de situação atual sinaliza a percepção dos empresários em relação aos negócios no momento corrente e a situação da carteira de contratos. Em março, o ISA manteve a tendência de queda dos últimos três meses, alcançando novamente o mínimo histórico da série. Portanto, se a percepção sobre os negócios no momento atual continua se deteriorando, a atividade nos próximos meses deverá continuar em retração. Vale lembrar que o setor da construção possui longos ciclos, portanto há sempre um tempo entre a contratação, a realização do projeto eo início do ciclo de produção propriamente dito.

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Por outro lado, o indicador de expectativas se elevou na comparação mensal, embora em relação ao quadro registrado há um ano, o resultado ainda permaneça bastante desfavorável. Houve uma mudança na percepção sobre a demanda prevista para os próximos três meses. A pesquisa não pergunta a origem desta demanda, mas a melhora foi observada nos segmentos de Edificações Residenciais, Obras Viárias e Serviços Especializados.

Os números divulgados pelo Secovi para as vendas do mercado imobiliário na região metropolitana de São Paulo mostraram retração de 17% nos últimos seis meses finalizados em janeiro. Na comparação janeiro contra janeiro, a queda foi superior a 30%. Sabe-se que os distratos das vendas já realizadas estão elevados. A mudança nas condições de crédito – com a elevação da taxa de juros anunciada pela CEF – complica ainda mais esse quadro.

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Em contrapartida, a Fase 3 do MCMV foi anunciada formalmente, no final de março, com meta de 2 milhões de unidades. Assim, esta parece ser, no curto prazo, a única demanda com perspectivas de elevação.

No que diz respeito às obras viárias, apenas os investimentos privados, por meio das concessões, podem contribuir para a atividade setorial. Há vários projetos aguardando ser leiloados, o que pode estar ajudando a perspectiva dos próximos meses.

De todo modo, ainda são sinalizações fracas de melhora à vista. Ou seja, os empresários precisarão de mais tempo para confirmar a consistência desses sinais. E a pequena melhora da percepção em relação à demanda prevista não alterou a relação dos campeões na lista das principais dificuldades nos negócios: a demanda insuficiente, que é sinalizada como o maior gargalo em todos os segmentos.