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Ibovespa fecha estável após salto da véspera e não acompanha fortes altas do exterior; Dólar recua 0,11%

Após uma sequência de fortes altas, principal índice da Bolsa brasileira tem realização e registra performance pior do que pares

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou perto da estabilidade nesta terça-feira (4), subindo 0,08%, aos 116.230 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira, após uma sequência de altas, teve um desempenho pior do que o observado no exterior.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 2,80%. 3,06% e 3,34%.

“Existem vários motivos que justificam as altas das bolsas na Europa e nos Estados Unidos, mas o principal é o início do quarto trimestre Agora, com a aproximação do fim de ano, vemos o movimento sazonal de investidores comprando mais ativos de risco”, justifica Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos.

Além disso, ele afirma também que o recuo do governo britânico no corte de impostos para os mais ricos foi visto com bons olhos, afastando um possível problema fiscal no país.

“O medo inicial de uma quebra do sistema financeiro europeu se dissipou e, consequentemente, as pessoas conseguem ter mais um pouco de clareza para fazer investimentos. As moedas da Europa se recuperam”, acrescenta Nícolas Merola, analista da Inv.

O DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas internacionais, caiu 1,43%, aos 110.14 pontos. A libra ganhou 1,20% diante da moeda americana e o euro, 1,6%.

Frente ao real, o dólar caiu apenas 0,11%, negociado a R$ 5,167 na compra e a R$ 5,168 na venda.

“Vemos como um dos principais fatores, que animaram as bolsas lá fora e a economia geral, também a divulgação do JOLTs, de vagas em aberto, de agosto”, adiciona Merola. “O Federal Reserve está muito de olho no mercado de trabalho e o JOLTs foi o primeiro número que vemos trazer uma melhora significativa, de economia menos aquecida, com menos vagas abertas”.

O mercado tinha um consenso de que 10,77  milhões de vagas seriam criadas em agosto mas, na realidade, houve a criação de 10,05 milhões.

“Nos EUA, veio o dado de criação de vagas, que ficou abaixo do esperado. O dado foi lido de maneira positiva, pois quanto menos vagas, menos renda para a população, menos inflação e menor necessidade de alta dos juros”, explica Cohen. “Na Europa, houve ainda a divulgação de PMIs aquém do esperado, também sinalizando atividade contraída”.

Com menor risco sistêmico e atividades mais fracas, os juros dos títulos dos tesouros nacionais caíram em bloco. Os treasuries yields de dez anos americanos recuaram 1,6 ponto-base, para 3,635%. As taxas dos títulos de igual prazo do Reino Unido e da França caíram, ambos, um ponto, para 3,862% e 2,474%, respectivamente.

A curva de juros brasileira acompanhou a tendência. Os DIs para 2023 ficaram estáveis, a 13,67%, bem como os de 2025, a 11,46%. Os contratos para 2027 e 2029, no entanto, tiveram seus rendimentos caindo 4,5 pontos e seis pontos, a 11,25% e 11,38%, na sequência. Os DIs para 2031 perderam sete pontos-base, negociados a 11,47%.

Entre as maiores altas do Ibovespa, com o recuo dos juros, ficaram companhias ligadas ao setor de varejo e também as de crescimento. As ações ordinárias da Americanas (AMER3) subiram 5,98% e as da Locaweb (LWSA3), 5,09%.

Foram destaques também, entre as altas, as petroleiras juniores, que acompanharam a forte alta do barril de petróleo – o Brent saltou 2,91%, a US$ 91,45, seguindo o menor pessimismo para com a economia mundial e também após as notícias de que a Opep+ estuda cortar a produção para manter os preços elevados. As ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3) subiram 9,33% e as da PetroRio (PRIO3), 4,80%.

A Petrobras (PETR3;PETR4), no entanto, não acompanhou a movimentação, com os papéis ordinários caindo 1,97% e os preferenciais, 2,52%.

“Atribuímos isso às recentes altas, de ontem e da última sexta. Houve uma melhora dos candidatos na questão da eleição, com a direita ganhando mais espaço, mas a realidade é que a campanha presidencial ainda está difícil e é provável que o ex-presidente Lula, mais à esquerda, ganhe. Vemos que há uma realização por conta disso”, expõe Merola.

As ações ordinárias do Banco do Brasil caíram 5,38%, também após uma sequência de altas, e foi uma das maiores baixas do Ibovespa tanto por peso quanto percentualmente.