Enquanto foco está nas estatais, UBS destaca outras empresas caso Marina ou Aécio vençam

Analistas acreditam que empresas focadas em energia renovável seriam as grandes vencedoras nestes cenário, mas não deixam de citar a Petrobras como beneficiada também

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A mudança no cenário eleitoral, que agora tem Marina Silva como uma das favoritas para vencer as eleições, na briga com Dilma Rousseff, tem feito diversos bancos e corretoras tentarem antecipar quais seriam os benefícios de ter a candidata do PSB na presidência. Após a apresentação de seu plano de governo, na última sexta-feira (29), o UBS fez uma nova análise para verificar o que pode ocorrer com os principais setores da economia.

Em geral, em qualquer cenário de vitória da oposição nas eleições, seja Marina ou Aécio, os analistas do UBS indicam que as ações focadas em energia renovável ou então a Petrobras (PETR3; PETR4) seriam as grandes vencedoras. Porém, baseado no preço dos papéis destas empresas, a equipe do banco neste momento prefere ativos defensivos como a QGEP (QGEP3) e a Transmissão Paulista (TRPL4). 

Os analistas Lilyanna Yang, Carlos Herrera e Luiz Fonseca, leram todas as 243 páginas do plano de Marina Silva e destacaram alguns pontos que podem afetar as empresas na Bolsa. O grande destaque, como não podia deixar de ser, fica com a Petrobras. Segundo eles, em caso de vitória da Marina, a estatal deixaria de ser usada como ferramenta do governo como ferramenta para políticas macroeconômicas, assim como a Eletrobras.

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O plano da candidata diz especificamente que os preços da companhia precisam refletir “custos reais e as condições de mercado”, o que, segundo o UBS pode significar uma menor intervenção do governo na empresa. O plano ainda menciona que a agência reguladora precisa ser mais independente e que as regras locais precisam ser revistas para aumentar a competitividade da Petrobras.

Outro importante ponto é a questão do etanol, que pode envolver empresas como a Cosan (CSAN3). O plano de governo de Marina indica que ela deve ajudar no desenvolvimento do setor, sendo necessário a diplomacia para defender o uso global do etanol na mistura da gasolina. Além disso, não é novidade de que Marina é contra o uso de combustíveis fósseis.

No assunto da energia, o UBS afirma que Marina defende um modelo de planejamento, onde o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) teria mais poder. Além disso, ela também defende a expansão do mercado livre, para tornar o modelo brasileiro mais próximo de como ocorre na Europa.

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Enquanto isso, a matriz energética do Brasil iria mudar drasticamente, focando mais em energia renovável, com aumento do uso de energia solar, eólica, da biomassa e qualquer outra forma de energia limpa, em detrimento do uso da termo energia. No geral, o UBS vê o mercado de energia renovável como o grande vencedor em caso de vitória de Marina Silva.

E se Aécio vencer?
No cenário que hoje se torna mais improvável, ou seja, uma vitória de Aécio Neves, o UBS aponta a Petrobras, a Transmissão Paulista e a AES Tietê como as grandes favorecidas. Em geral, o tucano defende uma forte governança nas empresas públicas, com mais força das entidades reguladoras e de planejamento. Além disso, Aécio tem indicado para “regras estáveis ??de jogo”, com redução de subsídios para a gasolina, diesel e eletricidade.

Para o caso da Petrobras e para as petrolífera, Aécio focaria em melhorar a reputação delas, com política de preços e de conteúdo local, além de adotar o modelo de licitação. Aécio também daria mais espaço para a geração a gás na matriz energética, expandindo a rede de Gás Natural com parcerias público-privadas. Além disso, com Aécio, os incentivos fiscais para o desenvolvimento de biocombustíveis devem aumentar, com foco em ajudar a indústria do etanol.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.