Dólar sobe puxado por exterior e encerra trimestre acima de R$ 5

Sessão desta quinta-feira tende a ser mais volátil devido à briga pela formação da taxa Ptax de fim de mês

Reuters

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O dólar à vista fechou a quinta-feira (28) acima dos R$ 5, em sintonia com o avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, numa sessão marcada ainda pela disputa dos investidores no mercado doméstico pela formação da taxa Ptax do último dia do mês e do trimestre.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0156 na venda, em alta de 0,70%. Desde 18 de março, quando encerrou a R$ 5,0254, a divisa dos EUA não terminava o dia acima da linha psicológica de 5,00 reais.

Em março, a moeda norte-americana acumulou elevação de 0,88% e, nesta semana, alta de 0,34%.

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Às 17h27, na B3, o contrato de dólar futuro para maio subia 0,56%, a R$ 5,0305 na venda.

Em função do feriado de sexta-feira, a sessão desta quinta foi a última do mês e do trimestre, o que trouxe para os negócios investidores interessados na formação da Ptax.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

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A disputa pela Ptax chegou a colocar o dólar à vista perto da estabilidade no fim da manhã, com os vendidos tentando segurar as cotações, apesar da pressão de alta vinda do exterior. Às 11h11, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 4,9798 (-0,01%).

Após a formação da Ptax no início da tarde (em R$ 4,9962 para venda), o dólar ficou mais livre para oscilar e acelerou ganhos, em sintonia com o exterior.

Lá fora, a moeda norte-americana subia ante a maior parte das demais divisas após declarações, na véspera, de uma autoridade do Federal Reserve.

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Na noite de quarta-feira, o diretor do Fed Christopher Waller afirmou que “não há pressa” para cortar os juros nos EUA neste momento. Além disso, pontuou que adiar o início dos cortes nas taxas provavelmente afetará a flexibilização que ocorrerá em 2024.

“É apropriado reduzir o número global de cortes nas taxas ou empurrá-los ainda mais para o futuro, em resposta aos dados recentes”, disse Waller.

Os comentários de Waller, considerados duros com a inflação, deram força ao dólar, inclusive em relação ao real. Às 16h45, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 5,0191 (+0,78%).

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“Permeou o pregão desde cedo a percepção de resiliência da economia dos EUA, esfriando um pouco mais a perspectiva de algum corte mais contundente nos juros por lá”, comentou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

Às 17h24, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,13%, a 104,560.

Além do exterior, investidores no Brasil monitoraram a divulgação do Relatório de Inflação do BC e a coletiva do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, realizada em São Paulo.

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No documento, a autoridade monetária reiterou os alertas mais recentes sobre a inflação no Brasil e elevou de 1,7% para 1,9% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de junho.