Dólar possui espaço para subir ainda mais após dados da economia dos EUA

Moeda norte-americana pode voltar para a máxima do mês passado

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (6), o mercado foi surpreendido pelos dados do Relatório de Emprego dos EUA, não pelo fechamento de 33 mil vagas de emprego em setembro, mas sim pelo inesperado crescimento nos ganhos médios por hora trabalhada, revelando que a economia norte-americana está saindo da ociosidade. Com isso, o dólar comercial, que ontem ofereceu uma oportunidade de compra (veja mais aqui), segue em recuperação neste pregão e tem espaço para subir ainda mais.

De acordo com o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, o crescimento econômico, que deve dar um “choque” na inflação, assim como a reforma fiscal de Donald Trump, que ganhou força após o Comitê de Orçamento do Senado aprovar a proposta orçamentária do presidente e dar um alívio para as contas públicas, abrem caminho para a moeda testar a região de R$ 3,20, voltando para a máxima do mês passado. Para ele, a expectativa se justifica também pelo comportamento do real, que está descolado em relação aos seus pares.

De acordo com Gustavo Cruz, economista da XP Investimentos, o dólar comercial deve subir com os dados da economia dos EUA, uma vez que o aumento dos juros e o início da redução do programa de estímulos pelo Fed reduz o fluxo da divisa norte-americana. Porém, segundo Cruz, antecipar o ritmo de aumento no ano que vem ainda é bastante prematuro, pois dependerá da escolha do novo presidente do BC dos EUA, nome que pode ser revelado ainda este ano.

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Relatório de Emprego surpreende

Os Estados Unidos fecharam 33 mil vagas de emprego em setembro, resultado que ficou muito abaixo da mediana das estimativas dos analistas, que apontava para a criação de 80 mil novos postos de trabalho. Porém, o resultado pode ser considerado um “não recorrente”, já que está contaminado pelos efeitos dos furacões que assolaram alguns estados em agosto e setembro.

Apesar dos números ruins de geração de vagas, houve um crescimento importante de 0,5% nos ganhos médios por hora na comparação mensal, ante estimativas de alta de 0,3% e resultado anterior de 0,2%, em meio à possibilidade de um ritmo mais célere para a retomada da alta nos juros norte-americanos. Em entrevista à Bloomberg, o economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa, afirmou que o aumento dos salários nos EUA resulta em maior pressão de custo para as empresas e aumenta a expectativa de inflação, o que eleva a probabilidade do Fed aumentar os juros.