Dólar perde os R$ 3,10 e fecha na mínima do dia mesmo com aposta de alta de juros nos EUA; entenda por quê

Moeda chegou a abrir em alta, mas se descolou do movimento visto no resto do mundo e fechou na mínima do dia

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após abrir em alta, seguindo o movimento no resto do mundo, o dólar virou para queda, com os investidores de olho na expectativa de alta de juros nos Estados Unidos este mês. Mesmo com a pressão de alta para a moeda norte-americana em todo o mundo por conta desta projeção, não houve força no dólar para avançar ante o real nesta quarta-feira (1).

O dólar comercial fechou com perdas de 0,65%, cotado a R$ 3,0924 na compra e R$ 3,0932 na venda – na mínima do dia -, depois de ter recuado 1,20% em fevereiro. Enquanto isso, o dólar futuro registrava recuo de 0,48%, para R$ 3,120. A explicação para este movimento está na disparada na última sessão, quando os investidores se preparavam para o feriado prolongado por aqui.

“O dólar já tinha subido bem na sexta-feira, com investidores se protegendo da folga prolongada. Hoje, não enxergam que há espaço para ir muito além”, comentou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado. Lá fora, faz o dólar subir as falas dos presidentes do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, e de São Francisco, John Williams, sinalizaram para uma alta de juros em breve.

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Na abertura, a moeda teve uma valorização mais firme ante o real, influenciada pelos discursos dos dirigentes do Fed, mas o movimento perdeu força. No exterior, o dólar sobe ante uma cesta de moedas.

Com essas falas, as apostas de que a autoridade monetária dos Estados Unidos subirá a taxa básica de juros em março estavam em 69%, ante 35% na terça-feira, mostrava a ferramenta FedWatch, do CME Group. A moeda operava de forma mista ante divisas emergentes, avançando ante a lira turca e peso chileno, mas caindo ante o rand sul-africano e peso mexicano

Os especialistas também avaliavam que o mercado brasileiro tem sido bastante influenciado por fundamentos internos, com a trajetória de queda da Selic, recuo da inflação e perspectiva de que o pior para a economia pode já ter ficado para trás.

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“Com isso, o dólar não consegue neste momento ter força para se valorizar ante o real como ante outras moedas emergentes. O mercado precisa de novidades para ir além”, comentou o trader da Ourominas Corretora, Maurício Gaioti.

A volta da folga do Carnaval era marcada por uma liquidez mais baixa, comentaram os profissionais. “Isso pode acabar interferindo na trajetória da moeda, já que poucos negócios podem ‘levar’o mercado”, resumiu um operador de câmbio de uma corretora local.

 (Com Reuters)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.