Onda de emissões pode levantar mais de US$ 1 bilhão e fazer dólar cair ainda mais

Com Fed mantendo juros baixos e economia doméstica se acertando, empresas vão ao mercado externo tentar grandes captações

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Passada a reunião do Federal Reserve, o mercado cambial volta a olhar mais atentamente para outros eventos, apesar de ainda tentar antecipar uma possível alta de juros nos Estados Unidos este ano. Com as fortes quedas do início da semana, a moeda norte-americana parece não ter muito mais força para seguir recuando e se acomoda nesta sexta-feira (23) em um patamar entre R$ 3,20 e R$ 3,23, com pouca oscilação.

Segundo Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da corretora Mirae Asset, o mercado brasileiro seguiu o desempenho do exterior a caiu forte após o Fed manter os juros, o que levou a moeda para R$ 3,18 e acabou atraindo compradores, que entraram com mais força e fizeram a moeda devolver as perdas ontem, fechando em alta. Porém, a melhora do cenário doméstico pode levar a uma nova onda de emissões externas, o que tende a derrubar o dólar.

Spyer explica que a queda do contrato de proteção contra calote brasileiro, o CDS, favorece este ambiente para maiores emissões. Recentemente a Minerva deu início a esta oferta de títulos no exterior ao emitir US$ 1 bilhão, mas mais empresas estão preparando suas emissões, que podem impactar bastante o mercado.

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Na quinta-feira, a BRF anunciou a captação de US$ 500 milhões em bônus de dez anos, enquanto a Ultrapar, segundo Spyer, já está na fila para também realizar uma grande captação como esta. Já a Ouro Verde pode concluir hoje a emissão de US$ 300 milhões, ao passo que a JSL adiou o anúncio de sua emissão de até US$ 500 milhões, mas que não deve demorar muito para ocorrer.

Este tipo de operação ajuda bastante na queda do dólar já que acaba trazendo um grande volume de moeda estrangeira para o país. Além disso, operações bem sucedidas deste tipo indicam um bom humor do estrangeiro em relação ao nosso mercado, o que também traz a sinalização de que o Brasil pode se favorecer neste momento, principalmente com o cenário das altas taxas de juros pagas por aqui, o que ajuda o real a se valorizar.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.