Consultoria diz que é hora de comprar dólar e lista 6 eventos que vão impactar a moeda

Diretor da Wagner Investimentos diz que volatilidade pós-Jackson Hole acabou, mas há mais 6 eventos no caminho do câmbio

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O dólar caiu forte no começo do agosto, chegando até a bater R$ 3,13, no entanto, segundo o diretor técnico da Wagner Investimentos (WIA), José Faria Jr, o câmbio agora não está mais em ponto de venda. Em relatório, Jr. diz que as vendas passaram e as compras podem começar, sendo a mínima do pregão desta quinta-feira (8), nos R$ 3,1696, um ponto interessante para iniciar uma posição nesse sentido. 

Apesar disso, ele alerta que o ritmo de captações deve determinar as chances de um rompimento dos R$ 3,10, que segue sendo o principal suporte. Após alguns dias de rumores, na noite de hoje a Minerva confirmou a emissão de US$ 1 bilhão em títulos de dívida, o que pode afetar o mercado cambial.

Nesta quinta, após chegar a cair 1%, o dólar comercial ganhou força durante a tarde e fechou com leve alta de 0,07%, cotado a R$ 3,2091 na compra e R$ 3,2104 na venda. Para ele, há seis eventos importantes para acompanhar se o investidor quiser perceber para onde vai o câmbio até o fim do ano: 

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1. Projeções do Fed na reunião de setembro
Além de definir a taxa de juros, a próxima reunião do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, no dia 21 de setembro, trará as projeções do Fed para os principais indicadores da economia norte-americana. Segundo ele, a volatilidade provocada pelo discurso do vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, em discurso no simpósio de Jackson Hole em agosto, é uma realidade distante hoje, mas será importante observar como o Fed vê a evolução da economia dos EUA. “Como apontamos há meses (desde abril), o Fed poderá subir os juros somente uma única vez este ano e, no nosso cenário, em dezembro”, afirma. 

2. Evolução do ISM e do payroll
Os números dos ISM (Institute for Supply Management) de indústria e serviços são considerados prévias do PIB (Produto Interno Bruto) e funcionam como bons termômetros da atividade econômica americana. Assim como eles, o relatório de emprego (payroll) é o indicador mais acompanhado pelos diretores do Fed para balizar as decisões da autoridade monetária. Lembrando que foi o payroll fraco de agosto, indicando a criação de 151 mil novas vagas de emprego contra 180 mil esperadas, que desmontou as apostas do mercado em elevação dos juros nos EUA em setembro.

3. Eleições nos EUA
Embora não de maneira tão dramática quanto aqui, as eleições presidenciais norte-americanas devem ter um significativo impacto no mercado. De acordo com Faria Jr., uma vitória do candidato republicano, Donald Trump, tende a deixar o dólar em um patamar mais elevado. 

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4. Comportamento das commodities
Os preços do petróleo têm uma relação inversa com o dólar, de modo que se eles continuarem a subir, poderia se imaginar uma queda na divisa estadunidense.

5. Votação da PEC do teto dos gastos
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241/2016, que limita os gastos do governo à inflação do ano anterior, é considerada um ponto central no ajuste fiscal. Uma votação desfavorável à medida teria um efeito bastante negativo no real, já que poria em cheque a capacidade da atual gestão em melhorar a condição das contas públicas, extremamente debilitadas por anos de aumento dos gastos acima das receitas. O dólar, portanto, iria para cima. 

6. Encaminhamento da reforma da previdência
Outro ponto importante do ajuste, a reforma da previdência deve ser encaminhada ao Congresso até o fim deste mês e votada após as eleições municipais de outubro. A instituição de uma idade mínima para a aposentadoria em 65 anos é vista como necessária para que o rombo da previdência não continue a aumentar nos próximos anos, dificultando a solvência das contas públicas do País. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.