Dólar tem espaço para buscar R$ 2,80, diz melhor economista do ranking do BC

Moeda norte-americana pode recuar forte após impeachment caso Temer mostre força no Congresso, mas deve se recuperar para R$ 3,10 até o final do ano

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O dólar passa por dias de maior volatilidade, pressionado por um mercado ainda tenso com o julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e pelo discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que na sexta pode dar maiores sinais sobre uma possível alta de juros nos Estados Unidos ainda este ano. Nesta terça-feira (23), após chegar a cair para R$ 3,1882, a moeda passou a subir forte e chega a encostar nos R$ 3,23.

Apesar deste cenário, há uma grande expectativa de que o dólar possa cair forte no curto prazo após estes dois eventos. Em entrevista para a Bloomberg, Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra, afirmou que a moeda norte-americana pode cair para níveis próximos de R$ 2,80 a R$ 2,90 entre outubro e novembro.

Segundo ele, que lidera o ranking top 5 de médio prazo da pesquisa Focus do Banco Central para taxa de câmbio, esta queda se daria pela aposta do mercado em reformas após o fim do processo de impeachment, combinado com um cenário global de juros baixos. “O dólar deve atingir sua mínima nos próximos meses desde que o governo Temer corresponda à expectativa de avançar no ajuste fiscal após o desfecho do impeachment”, disse.

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Para Oliveira, a projeção de que o Fed deve demorar mais e ser mais lento nas altas de juros, junto com a onde de estímulos por parte de outros bancos centrais pelo mundo, favorece o desempenho de moedas emergentes. Por outro lado, uma possível alta das taxas nos Estados Unidos em dezembro poderia fazer o dólar se recuperar e fechar 2016 em torno de R$ 3,10.

Já José Faria Júnior, diretor de câmbio da Wagner Investimentos, afirma que se a moeda ir para níveis abaixo de R$ 3,21, ela deve ganhar força, podendo cair ainda mais. Apesar de ainda ser cedo para fazer alguma projeção por conta a agenda movimentada dos próximos dias, ele acredita que o patamar de R$ 3,25 – considerado o melhor para venda da moeda – ficou para trás e não deve ser atingido tão cedo.

No relatório Focus divulgado ontem, os analistas consultados pelo BC projetaram o dólar encerrando este ano em R$ 3,43, mas no curto prazo a moeda tem espaço para apenas leves quedas, encerrando agosto em R$ 3,19 e setembro a R$ 3,20, de acordo com a média apresentada pela autoridade no boletim de segunda.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.