S&P defende que Banco Central pare de atuar e deixe dólar chegar a R$ 5,00

Melhor coisa seria intervir menos, deixar a inflação cair, o que inevitavelmente acontecerá, não pelos juros altos ou pela contração do crédito, mas pelo desemprego, afirmou economista-chefe para a América Latina da agência

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em duas entrevistas realizadas nesta semana, uma para a revista Exame e outra para o jornal Folha de S. Paulo, o economista-chefe para a América Latina da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, Joaquim Cottani, defendeu que o dólar chegue a R$ 5,00. 

“Essa é a taxa de câmbio mais adequada aos fundamentos da economia brasileira, marcada por inflação em alta e baixa produtividade”, afirmou ele para a Exame.

Cottani defendeu, em entrevista à Folha, que o BC pare de atuar, afirmando que “a melhor coisa seria intervir menos, deixar a inflação cair, o que inevitavelmente acontecerá, não pelos juros altos ou pela contração do crédito, mas pelo desemprego”.

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“Achamos que a mensagem [do governo] deveria ser que, uma vez que a inflação tiver baixado, começaremos a fazer o que deveríamos ter feito nos bons tempos, que é baixar a taxa de juros.”

Segundo ele, o mecanismo de intervenção do Banco Central para conter a alta do dólar, através de swaps cambiais, não é sustentável. Com os swaps, o BC compensa o investidor pela variação no período, e o comprador, em troca, paga juros sobre o valor do contrato. “A venda de swaps não é sustentável. Traz perda de dinheiro e a perda não se reflete no deficit primário, mas no deficit total, porque o custo dos juros no pagamento da dívida mais o custo da intervenção atingiram 8% do PIB. É muito alto”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.