Dólar atinge mínima em um mês e fica abaixo de R$ 3,80 com Fed e Tombini

Moeda norte-americana recuou mais de 2% após ata do Fomc reforçar a ideia de uma alta de juros apenas em 2016, enquanto Tombini voltou a defender a atuação do BC

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O dólar comercial caiu mais de 2% e fechou abaixo de R$ 3,80 nesta quinta-feira (8), atingindo o menor nível em pouco mais de um mês, após a ata do Federal Reserve reforçar apostas de que o banco central norte-americano só elevará os juros no ano que vem, o que tende a favorecer mercados emergentes como o Brasil.

A notícia deu mais combustível ao apetite por risco que vem predominando nos últimos dias nos mercados globais. A moeda norte-americana vinha recuando contra o real desde cedo, um dia após o Tribunal de Contas da União rejeitar as contas do governo do ano passado, decisão amplamente esperada pelo mercado. O dólar recuou 2,17%, cotado a R$ 3,7904 na compra e R$ 3,7931 na venda, menor fechamento desde 3 de setembro, quando ficou em R$ 3,7598.

“A avaliação inicial é que (a ata do Fed) é ‘dovish’ e os mercados parecem concordar com isso”, disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta. “Esta tem sido uma semana ótima para o real, ao ponto em que eu começo a me preocupar. Quando a correção vier, pode ser forte”.

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A ata da reunião de setembro do Fed mostrou que acredita que a economia estava próxima de justificar aumento de juros em setembro, mas integrantes decidiram que era prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos.

A perspectiva de manutenção dos juros quase zerados nos EUA sustenta a atratividade de investimentos em países emergentes, que oferecem taxas mais altas.

“O Fed já estava preocupado com a economia mundial no começo de setembro. Desde então, os números deram motivo mais do que suficiente para (o Fed) esperar”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano, referindo-se a uma leva de indicadores econômicos fracos nos EUA, incluindo a criação de emprego fora do setor privado norte-americano.

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Se após a ata a moeda acentuou as perdas, no fim do pregão o dólar atingiu suas mínimas no dia após as falas do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que afirmou que a autoridade monetária irá intervir no câmbio para conter excesso de volatilidade, assinalando que qualquer ação tomada será independente, buscando dar funcionalidade ao mercado.

Ao participar de um debate com presidentes de BCs da América Latina na reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, Tombini afirmou que o BC está sempre preparado para manter o câmbio trabalhando como principal linha de defesa da economia.

Com Reuters

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.