Dólar volta para R$ 3,13 e abre espaço para cair mais após fala de Barbosa e Grécia

Moeda norte-americana iniciou o dia com volatilidade, mas acentuou as perdas durante a tarde e abre espaço para recuar mais nos próximos dias

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após um início de pregão volátil, mesmo com a notícia positiva do acordo grego, o dólar comercial perdeu forças e passou a operar com perdas na tarde desta segunda-feira (13). Além do bom humor externo com as notícias da Grécia, as falas do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ajudam a amparar a queda da moeda, que fechou com perdas de 0,96%, cotada a R$ 3,1303 na compra e R$ 3,1308 na venda, na mínima do dia.

Após mais de 17 horas, a Grécia garantiu a reestruturação da dívida e financiamento de médio prazo dentro de um pacote de crescimento avaliado em 35 bilhões de euros em um acordo com seus credores que permitirá ao país permanecer na zona do euro, afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, em Bruxelas.

“Houve um fluxo pontual, ligado a exportadores e o mercado aqui acabou se descolando dos mercados externos”, disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa. Apesar de ter caído 2,3% na sexta-feira, antecipando um acordo de líderes da zona do euro sobre a Grécia, a moeda norte-americana ainda acumulava alta de 1,7% neste mês até a sessão passada, rondando as máximas em três meses, o que abriu espaço para vendas de dólares, segundo operadores.

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No cenário doméstico, Barbosa trouxe otimismo para os investidores após manter a meta de economia para pagamento de juros da dívida pública deste ano, equivalente a 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) e afirmar que é uma “hipótese factível”. Ele acrescentou, no entanto, que o governo tem avaliado o cenário fiscal e, ao ser questionado se está sendo considerada uma banda para a meta de superávit primário, ele apenas respondeu que o governo vai se pronunciar sobre assuntos fiscais na próxima semana, com a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas.

Para o diretor técnico da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, a continuação do clima de melhora com a Grécia, a pausa na queda da bolsa chinesa e a reação ao discurso de Yellen (que fala no Congresso americano na quarta e na quinta desta semana) podem levar o dólar para a região de R$ 3,12.

“É preciso muito cuidado neste momento. Agenda interna e externa muito pesada”, alerta o especialista. “O clima político segue negativo, com expectativa de decisões do TCU e TSE. O Senado deverá postergar somente para 2016 a entrada em vigor da redução da desoneração da folha, em nova derrota do governo, que terá que vetar uma série de projetos que elevam substancialmente os gastos”, completa Júnior, lembrando ainda da chegada da equipe da Moody’s na quarta-feira para avaliar um possível corte no rating do Brasil.

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Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.