Para especialista, queda do dólar a R$ 3,13 gera oportunidade de compra

"Foi o alívio no exterior que se espalhou para os mercados domésticos", resumiu o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold sobre queda do dólar hoje

Paula Barra

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SÃO PAULO – O dólar recuou pelo segundo dia seguido nesta terça-feira (2), enquanto o mercado aguarda por dados dos Estados Unidos entre amanhã e sexta-feira e definição do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima quarta-feira. A aposta majoritária é de alta de 0,5 ponto percentual da Selic, para 13,75% ao ano. A moeda fechou em queda de 1,25%, a R$ 3,1346 na venda. Além de cair em relação ao real, dólar recuou frente a outras 13 das 16 principais moedas do mundo.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 895 milhões. “Foi o alívio no exterior que se espalhou para os mercados domésticos”, resumiu o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold à Reuters

Dados melhores que o esperado sobre a inflação na zona do euro corroboraram o bom humor nos mercados externos, afastando a ameaça de deflação que tem preocupado os mercados financeiros e o Banco Central Europeu (BCE). Com isso, o euro operava em alta de cerca de 2% ante o dólar. Além disso, a Grécia disse nesta terça-feira que enviou uma proposta abrangente de reforma aos seus credores internacionais, pedindo que sejam realistas e aceitem o plano para chegar a um acordo que libere a ajuda congelada para o país antes que Atenas fique sem dinheiro.

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Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional acertaram os termos de um acordo a ser apresentado à Grécia, em uma tentativa de concluir quatro meses de negociações da dívida. “Parece que a novela da Grécia está acabando e o mercado fica bastante aliviado com isso”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. O BC já rolou o equivalente a 684 milhões de dólares, ou cerca de 8 por cento do lote total, que corresponde a 8,742 bilhões de dólares.

Queda gera oportunidade de compra

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Segundo o diretor de câmbio José Faria Júnior, da Wagner Investimentos, a tendência média do dólar foi revertida desde a semana passada, voltando a apontar para alta no médio e longo prazo. Entretanto, essas quedas pontuais nesses últimos dois dias levou a moeda para um ponto interessante para quem pensa em compra no curto prazo. 

Isso porque o dólar perdeu hoje um importante patamar técnico de R$ 3,16 e que sugere novas quedas. “Abaixo disso, o dólar favorece as compras”, disse. Segundo ele, a moeda pode cair para faixa de R$ 3,12 a R$ 3,10, mas no médio prazo a moeda tende a operar entre R$ 3,00 e R$ 3,25. 

Do ponto de vista das notícias, para que o dólar caía até o patamar projetado por Júnior, é preciso um acordo na Grécia e dados menos fortes nos Estados Unidos entre amanhã e sexta-feira, quando será reportado o importante Relatório de Emprego. Para ele, uma queda maior do que isto dependerá da continuação das votações no Congresso, que serão retomadas após o feriado.

Ontem, a notícia sobre emissão da Petrobras (PETR3; PETR4) ajudou o real a se fortalecer mesmo em dia de alta generalizada do dólar no exterior. 

(Com Reuters)

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