Dólar despenca e se aproxima dos R$ 3,00 após dados fracos de emprego nos EUA

Os empregadores do setor privado dos Estados Unidos criaram 169 mil empregos no mês passado, o menor número desde janeiro de 2014

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O dólar comercial segue em forte queda no pregão desta quarta-feira (6) após dados piores que o esperado de emprego nos Estados Unidos. Mesmo com o aumento da tensão política por aqui, a moeda norte-americana registrava às 11h50 (horário de Brasília), queda de 1,47%, cotada a R$ 3,0230 na compra e R$ 3,0237 na venda.

Os empregadores do setor privado dos Estados Unidos criaram 169 mil empregos no mês passado, o menor número desde janeiro de 2014 e muito abaixo das expectativas de analistas, segundo relatório da processadora de folhas de pagamento ADP.

Economistas consultados pela Reuters haviam projetado que o relatório mostraria criação de 200 mil vagas. O relatório de março foi revisado para mostrar aumento de 175 mil vagas, ante 189 mil relatadas anteriormente.

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No cenário político, a situação voltou a ficar tensa depois que o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ) anunciou no fim da noite de ontem que o seu partido não apoiará mais a Medida Provisória 665/14, que faz mudanças no seguro desemprego e no abono salarial, que faz parte dos esforços para o ajuste fiscal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O PMDB já havia concordado não apenas em votar o texto como deu seu apoio à MP 665/14. E, de acordo com ele, a fala do ex-presidente Lula veiculada na noite de ontem levou à essa reação. Na peça de propaganda, Lula criticou o projeto pela terceirização, aprovado na Câmara.

“Vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada dos direitos dos trabalhadores. Diferente do que se apregoa, o projeto 4.330 das terceirizações não retira direitos dos trabalhadores. Já Medida Provisória 665, não vou dizer que acaba com o direito do trabalhador, mas ela flexibiliza os ganhos dos trabalhadores”, afirmou Picciani.

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Diante deste cenário tenso na política nacional, os contratos de juros futuros registram alta, com a taxa de DI para janeiro de 2016 avançando 0,01 ponto percentual, para 13,68%, enquanto o contrato de janeiro de 2020 tinha alta de 0,05 p.p., atingindo 12,97%.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.