Dólar cai mais de 1% e ameaça voltar para R$ 2,90 pela primeira vez após 2 meses

Moeda recua cerca de 1,5% favorecida por cenário na Grécia; semana importante com reunião do Fomc pode trazer volatilidade

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O dólar comercial registrou sua quinta sessão seguida de forte queda nesta segunda-feira (27). Após perder os R$ 3,00 no final da última semana, a moeda norte-americana estendeu as perdas e agora já ameaça ficar abaixo dos R$ 2,90, valor que não atinge desde 2 de março, quando encerrou o pregão a R$ 2,8942. O dólar teve perdas de 1,13%, cotado a R$ 2,9205 na compra e R$ 2,9217 na venda, chegando a queda de 1,67% na mínima do dia, a R$ 2,9049 na venda.

Esse desempenho seguiu o aumento do apetite por risco dos investidores no mundo todo apoiados em mudanças e um maior otimismo com a situação da crise na Grécia. Mais cedo, um funcionário do governo afirmou que o país fez alterações na equipe de negociadores que vem discutindo com credores internacionais sobre o programa de ajuda a Atenas. A decisão pode reduzir a influência que o espontâneo ministro de Finanças do país, Yannis Varoufakis, tem no ritmo lento das conversas.

As mudanças vieram após ministros de Finanças da zona do euro pressionarem a Grécia e Varoufakis a acelerarem as negociações durante reunião realizada na Letônia, na última sexta-feira, se quiserem selar um novo acordo de financiamento antes que o atual vença no final de junho e evitar que Atenas entre em moratória.

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O ministro de Relações Exteriores alternativo da Grécia, Euclid Tsakalotos, será o novo líder da equipe de negociadores, segundo a fonte do governo, enquanto o economista-chefe do Ministério de Finanças encabeçará as negociações em Bruxelas com os representantes dos credores. Ambos são considerados aliados próximos do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. Embora o governo grego continue declarando apoio a Varoufakis, o remanejamento na equipe deverá enfraquecer o papel do ministro nas negociações.

Vale lembrar que esta semana também conta com um importante evento para o mercado cambial: a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee). Após os investidores aumentarem a aposta, no início do ano, de que a alta dos juros nos EUA ocorreria logo, após os últimos encontros dos líderes do Federal Reserve o humor mudou e agora a expectativa é que a elevação das taxas só venha a ocorrer no segundo semestre, o que sustenta o dólar em patamares mais baixos por enquanto.

A queda do dólar também ajudou a empurrar os juros futuros para baixo, mesmo com a alta do rendimento dos Treasuries. O DI com vencimento em janeiro de 2016 tinha taxa de 13,490% ao ano, contra 13,579% no ajuste anterior, enquanto o DI janeiro de 2017 ficava em 13,270%, ante 13,419% no último ajuste. O DI janeiro de 2021 indicava 12,550%, frente a 12,659% no ajuste anterior.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.