Dólar fecha estável após chegar a R$ 2,90 com fala de Joaquim Levy

Moeda superou o patamar de R$ 2,90 pela primeira vez mais cedo após ministro comentar atuação do Banco Central no mercado cambial

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O dólar virou para o negativo no início da tarde desta segunda-feira (23) após atingir seu maior nível desde outubro de 2004 durante a manhã, com a fala do ministro da Fazenda puxando as cotações para cima. O dólar comercial fechou com leves ganhos de 0,01%, cotado a R$ 2,8782 na compra e R$ 2,8792 na venda.

Mais cedo, Joaquim Levy falou que o Banco Central “tem procurado estabilizar a moeda” e que a autoridade monetária “tem sido atuante para tentar diminuir a volatilidade” do câmbio, com a utilização do programa de swaps. “Os swaps não estão sendo adotados para guiar a taxa de câmbio, mas para reduzir a volatilidade”, disse o ministro, que não comentou, porém, uma possível extensão do programa, que se encerra em 31 de março.

Diante disso, a moeda disparou logo nos primeiros minutos de negociação, atingindo na sua máxima do dia o nível de R$ 2,9006. Ao superar este patamar, o mercado passou a realizar os lucros, levando o dólar ao seu menor patamar da sessão no início da tarde.

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“Sempre que o dólar dá uma espichada como essa, é normal que haja alguns respiros no meio do caminho”, disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano. Os mercados financeiros globais têm sido pressionados por preocupações com a possibilidade de os desentendimentos entre a Grécia e seus parceiros europeus levarem à saída de Atenas da zona do euro, em mais um golpe à frágil recuperação econômica global.

A pesquisa Focus divulgada nesta manhã mostrou uma manutenção das projeções dos especialistas, que na semana passada indicaram que o dólar deve terminar 2015 cotado em R$ 2,90. Para 2016 as expectativas são de que o câmbio atinja os R$ 3,00. Por outro lado, essas projeções não são unanimidade, e para o analista de câmbio da Icap, esse patamar de R$ 3,00 deve ser atingido logo.

Em entrevista para a Bloomberg, Italo Abucater disse que já em março o dólar deve superar os R$ 3,00, lembrando que o Real tem desempenho abaixo de seus pares diante da piora do cenário econômico brasileiro. Com uma nova alta da moeda, ele acredita que o BC não irá interromper o programa de leilões.

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“O Real tem sido mais vulnerável nos últimos 3 meses […] O Brasil está pagando o preço de ter segurado o câmbio por tanto tempo”, disse Abucater.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.