Dólar dispara quase 3% e fecha a R$ 2,68 após fala de Joaquim Levy; futuro chega a R$ 2,71

Ministro disse que não há intenção de manter o real valorizado articificialmente, o que agitou o mercado cambial, levando o ministério a precisar esclarecer a fala

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após subir mais de 1% ontem, o dólar voltou a disparar nesta sexta-feira (30) após a fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que afirmou que não há intenção de manter o real valorizado articificialmente. A moeda norte-americana fechou com ganhos de 2,96%, para R$ 2,6886 na compra e R$ 2,6894 na venda. No mercado futuro, o dólar chega a R$ 2,710, com ganhos de 3,26%.

O impacto da fala no mercado foi tão forte que parece ter surpreendido até mesmo o próprio ministério, levando a assessoria de imprensa da Fazenda a esclarecer o que Levy quis dizer. Segundo nota emitida “Levy referia-se ao mundo e não apenas ao caso brasileiro”.

A declaração ocorre em meio às dúvidas do mercado sobre a continuidade do programa diário de intervenção cambial. Em 2013, o Banco Central deu início ao programa de realização de swap cambial todos os dias, ajudando a trazer liquidez para o mercado, porém, no início deste ano a autoridade deu a primeira sinalização de que essas intervenções podem estar próximas de terminar ao reduzir a quantidade de ofertas diárias.

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Aliado a isso, ontem a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) mostrou uma elevação das previsões para a inflação em 2015, mas retirou do documento a fala de que o BC fará “o que for necessário” para que neste ano a inflação entre em um “longo” período de declínio que a leve à meta de 4,5% em 2016. Além disso, a autoridade não usou a expressão “especialmente vigilante” do parágrafo que dá diretriz de política monetária.

Com isso, a ata praticamente acabou com as expectativas de que o BC poderia manter seu atual ritmo de aperto monetário. Diante da ata, o mercado começa a acreditar que na reunião de 4 de março a autoridade monetária eleve a Selic em apenas 0,25 ponto percentual. A conclusão que fica é que o BC pode estar mais confortável para reduzir o ritmo de alta da Selic e intervir menos no câmbio devido ao aumento da liquidez no mundo.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.