Dólar cai mais de 1% ante real com Fed e corte de despesas no Brasil

A moeda norte-americana recuou 1,15%, a R$ 2,6724 na venda, após atingir R$ 2,6617 na mínima da sessão

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO – O dólar fechou em queda de mais de 1 por cento nesta quinta-feira, a 2,67 reais, acompanhando o bom humor externo após o Federal Reserve, banco central norte-americano, tranquilizar os mercados ao reforçar que não tem pressa para elevar os juros.

Os investidores também receberam bem o corte anunciado pelo governo brasileiro nas despesas não obrigatórias até que o Orçamento seja aprovado. Mesmo assim, a percepção é que o dólar deve voltar ao nível de 2,70 reais em breve, uma vez que ainda há muitas incertezas em relação à política fiscal brasileira e à política monetária norte-americana.

A moeda norte-americana recuou 1,15 por cento, a 2,6724 reais na venda, após atingir 2,6617 reais na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,7 bilhão de dólares.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Tivemos fatores positivos nos mercados externo e doméstico. O real teve um dia favorável por todos os lados”, resumiu o gerente de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini, ressaltando, contudo, que o quadro de indefinições significa que a “amanhã é outro dia” para o câmbio.

Na ata da última reunião do Fed, divulgada após o fechamento dos negócios na véspera, o banco central manteve seus planos de começar a elevar os juros ainda neste ano, mas reiterou que pode ser “paciente” ao fazê-lo. No geral, os mercados esperam que as taxas serão elevadas em meados deste ano.

Juros norte-americanos em níveis baixos manteria a atratividade de ativos de outros países, como papéis brasileiros, sustentando a perspectiva de fluxo financeiro positivo.

Continua depois da publicidade

“A ata do Fomc desfez um pouco a preocupação do mercado… Com um pouco menos de medo de juros mais altos nos Estados Unidos, o dólar tem espaço para cair um pouco aqui”, disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Internamente, os mercados receberam bem a decisão do governo brasileiro de limitar as despesas não obrigatórias a 1/18 por mês do valor na lei orçamentária, que ainda precisa ser aprovada no Congresso. Segundo o Ministério do Planejamento, a redução representa corte adicional de 1,9 bilhão de reais ao mês.

Agentes financeiros vêm buscando informações sobre como o governo pretende cumprir a meta fiscal anunciada para este ano, equivalente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). O mercado considerou que o número aponta na direção correta, mas será difícil de ser entregue.

Continua depois da publicidade

“O governo está começando a colocar a mão na massa”, disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold, ressaltando, contudo, que o mercado ainda quer ver mais medidas concretas no âmbito fiscal.

REFERÊNCIA

Operadores destacavam o nível de 2,70 reais como uma referência no curto prazo para o dólar. Segundo eles, a moeda norte-americana não deve se afastar muito desse patamar, nem para cima nem para baixo, enquanto ainda restarem dúvidas sobre os planos fiscais do governo e sobre a política monetária norte-americana.

Publicidade

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 1,9 mil contratos para 1º de setembro e 100 para 1º de dezembro, com volume correspondente a 98,6 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a 10,405 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 23 por cento do lote total.