Dólar dispara para máximas desde 2008 com avanço de Dilma em pesquisa eleitoral

Às 14h14, o dólar subia 1,36%, a R$ 2,4489 na venda, após atingir R$ 2,4792 na máxima da sessão, maior nível intrada desde 10 de dezembro de 2008

Reuters

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SÃO PAULO – O dólar chegou a disparar mais de 2 por cento sobre o real na manhã desta segunda-feira, atingindo o maior patamar desde o final de 2008, com o mercado reagindo à recuperação da presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida pela reeleição apontada pela última pesquisa Datafolha.

Ao fim da manhã, a moeda norte-americana perdia um pouco do ímpeto pois exportadores aproveitavam as cotações altas para vender dólares. Além disso, alguns especulavam que o Banco Central poderia aumentar a intervenção no câmbio.

Às 14h14, o dólar subia 1,36 por cento, a 2,4489 reais na venda, após atingir 2,4792 reais na máxima da sessão, maior nível intrada desde 10 de dezembro de 2008 (2,5100 reais). Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 300 milhões de dólares.

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“O mercado entrou com todas as fichas numa vitória da oposição e pagou para ver. O que a gente está vendo hoje é a reversão desse movimento”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Segundo o levantamento do Datafolha divulgado após o fechamento dos mercados na sexta-feira, Dilma praticamente dobrou sua vantagem contra Marina Silva (PSB) nas intenções de voto para o primeiro turno e passou a ter vantagem numérica sobre a ex-senadora em simulação de segundo turno. A presidente é alvo de críticas nos mercados financeiros, que desaprovam sua condução da política econômica.

“Se isso se confirmar (avanço de Dilma) nas próximas pesquisas, o céu é o limite para o dólar”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, para quem a moeda norte-americana pode ir acima de 2,50 reais no curto prazo.

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O movimento desta sessão também era turbinado pela decepção do mercado após não se confirmarem boatos de que uma revista semanal publicaria reportagem sobre novo escândalo desfavorável à reeleição de Dilma. Na sexta-feira, essa especulação levou a moeda norte-americana a fechar em queda ante o real, descolada do exterior. 

O cenário externo também impulsionava o dólar nesta manhã. Investidores evitavam comprar ativos de maior risco por cautela antes da divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos na sexta-feira, levando a divisa norte-americana a subir contra moedas emergentes, como as do Chile e do México.

Os números podem reforçar as expectativas de que a alta dos juros norte-americanos ocorra de forma mais intensa do que a esperada, atraindo recursos aplicados em outros países.

Banco Central
O mercado também se antecipava à possibilidade de o BC brasileiro intervir com mais força no mercado para limitar o impacto inflacionário da alta do dólar.

“Nesses níveis, o mercado opera com especulações de que o BC pode aumentar a intervenção, o que impõe alguma cautela. Mas é claro que isso não é o suficiente para trazer o dólar de volta para os níveis de dois meses atrás (entre 2,20 e 2,25 reais)”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Battistel, da Fair, acredita que o BC pode atuar com mais força no mercado para evitar essas arrancadas, ampliando os leilões de swaps, entrando com leilões de linha ou até mesmo com venda de dólares à vista.

Até agora, a autoridade monetária deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, colocando nesta sessão a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares.

Foram vendidos 1,7 mil contratos para 1º de junho e 2,3 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a 197,5 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta total de até 15 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro e, com isso, rolou praticamente todo o lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.