Dólar sobe após 3 quedas seguidas, com cenário eleitoral

A moeda norte-americana subiu 0,39%, a R$ 2,2205 na venda, após acumular queda de cerca de 2% nas três sessões anteriores

Reuters

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SÃO PAULO – O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, após três dias seguidos de queda, reagindo à mais recente pesquisa Ibope, que apontou vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de outubro.

O levantamento acabou não corroborando pesquisas anteriores, que mostraram o rival Aécio Neves (PSDB) estatisticamente empatado com Dilma num eventual segundo turno.

A moeda norte-americana subiu 0,39 por cento, a 2,2205 reais na venda, após acumular queda de cerca de 2 por cento nas três sessões anteriores. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.

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“O mercado comprou a ideia de que a Dilma estava caindo e agora que o Ibope colocou dúvidas sobre essa perspectiva, (o mercado) teve que ajustar”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.

Segundo a pesquisa, Dilma tem 38 por cento das intenções de voto, contra 22 por cento de Aécio e 8 por cento de Eduardo Campos (PSB) no primeiro turno. Num eventual segundo turno contra Aécio, Dilma venceria a disputa com 41 por cento das intenções de voto, contra 33 por cento do tucano.

A notícia vem no momento em que os mercados financeiros mostram desconfiança sobre a condução da política econômica do atual governo. Pesquisas Datafolha e IstoÉ/Sensus haviam mostrado empate entre a presidente e Aécio num eventual segundo turno.

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A moeda dos EUA também foi sustentada pelo quadro de preocupações geopolíticas, mantendo-a perto da máxima em oito meses contra o euro.

Na semana passada, a queda de um avião malaio no leste da Ucrânia aprofundou as tensões entre Kiev os separatistas pró-Moscou e levou os Estados Unidos e a União Europeia a aumentarem as sanções contra a Rússia.

Nesta sessão, as preocupações foram reforçadas após rebeldes pró-Rússia abaterem dois caças ucranianos. Nesse contexto, investidores evitavam comprar ativos de risco, como aqueles denominados em reais, e refugiavam-se na segurança da divisa dos EUA.

No Brasil, a moeda norte-americana continuava dentro da banda informal de 2,20 a 2,25 reais. Boa parte do mercado acredita que esse intervalo agradaria ao Banco Central, por não ser inflacionário e não prejudicar as exportações.

Segundo analistas, o viés de estabilidade do câmbio no curto prazo é responsável por ter esvaziado o mercado de câmbio nas últimas semanas, uma vez que deixa pouco espaço para a atividade de especuladores.

O volume desta sessão ficou em linha com a média diária do mês, de 1,1 bilhão de dólares, mas continuou abaixo do giro financeiro médio entre janeiro e junho, em torno de 1,5 bilhão de dólares.

“Como você vai especular sabendo que o dólar não sai desse patamar? Ninguém vai querer apostar contra isso”, disse o operador de uma corretora internacional, que acredita que mesmo as especulações eleitorais não devem ser suficientes para tirar o dólar dessa banda informal no curto prazo.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, com volume correspondente a 198,7 milhões de dólares. Foram 3 mil contratos para 2 de fevereiro de 2015 e 1 mil para 1º de junho de 2015.

O BC também vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou pouco mais da metade do lote total, que corresponde a 9,457 bilhões de dólares.