Liquidação do Banco Neon afeta mercado de criptomoedas brasileiro

"Muita gente tinha conta só para operar cripto, como conta bancária secundária", explica especialista

Rodrigo Tolotti

Cartão da Neon (Divulgação)

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SÃO PAULO – A “bomba” da liquidação do Banco Neon pegou todo o mercado de surpresa nesta sexta-feira (4), e as consequências do encerramento da instituição têm impacto até no mercado de criptomoedas, já que o banco tinha uma grande ligação com investidores e exchanges que negociam bitcoin, ethereum e outras moedas digitais.

Segundo explicou Safiri Félix no programa “Bloco Cripto”, a notícia afeta o mercado de criptos porque o Banco Neon era muito utilizado para fazer operações de compra e venda e agora estão com seus saldos travados na instituição. “Muita gente tinha conta só para operar cripto, como conta bancária secundária”, afirmou o especialista ao InfoMoney.

Agora, como a conta do banco não funciona mais para fazer TED, transferência ou receber depósito, os investidores não conseguem operar seus tokens digitais. Isso acaba refletindo no volume de negócios no Brasil, além da “tensão psicológica” que coloca nos investidores, explica Safiri.

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Por outro lado, no caso das corretoras, havia uma grande integração com o banco Neon, que tinha sistemas que ajudavam a agilizar as operações. Vale lembrar que grandes instituições financeiras estão cancelando contas ou mesmo nem permitindo a abertura para exchanges ou mesmo investidores com grandes operações em criptomoedas, e por isso as fintechs como o Neon têm muita força neste mercado.

Entre as exchanges, a Foxbit estava entre as que utilizava o Neon, por meio de seu braço Foxcast. A assessoria da empresa afirmou que “os clientes eram vinculados à divisão de pagamento do Neon, portanto não serão afetados pela liquidação”. “O banco era a instituição financeira que liquidava as operações da Neon pagamentos. A Foxbit não utilizava o Banco Neon. Como a instituição de pagamentos precisa ser 100% líquida, não existe o limite do FGC. Como as contas são pré-pagas, é uma questão apenas operacional para que o valor seja devolvido aos clientes”, explica a companhia em nota.

Em entrevista ao Portal do Bitcoin, Rafael Noguerol, responsável pelo marketing da Walltime, afirmou que a empresa deixa no Neon apenas o que fica abaixo do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que garante resgate de até R$ 250 mil.

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Safiri destaca ainda que o episódio do Neon reforça ainda mais o potencial das criptomoedas. “Diferente das formas tradicionais de armazenar dinheiro, deixando seu dinheiro no banco, as criptomoedas são imunes a este tipo de ação, onde você fica muitas vezes sem acesso aos seus recursos”, explica.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.