Bitcoin perde US$ 115 bilhões no pior primeiro trimestre da história; é hora de comprar?

Criptomoeda tem um péssimo início de ano após bater sua máxima histórica em dezembro de 2017

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – O Bitcoin registrou seu pior primeiro trimestre na história ao cair mais de 45% nos três primeiros meses de 2018 e perder cerca de US$ 115 bilhões de valor de mercado. De 1 de janeiro até 30 de março, a maior criptomoeda do mundo viu seu preço cair de US$ 13.412 para US$ 7.266.

Anteriormente, o pior primeiro trimestre da moeda digital havia sido em 2014, quando ela caiu cerca de 38%. Este cenário negativo no início do ano, porém, não tem assustado muito os especialistas, que ressaltam que este tem sido um movimento histórico da criptomoeda. O bitcoin registrou queda em 5 dos 8 últimos primeiros trimestres.

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Por outro lado, o melhor desempenho da criptomoeda em um primeiro trimestre foi em 2013, quando disparou 599%. No ano passado, o bitcoin registrou uma forte alta, que levou seu preço a superar os US$ 20 mil em dezembro. Porém, desde então, o cenário tem sido bem complicado, com discussões regulatórias como principal fator de tensão para os investidores.

É hora de comprar?

Esta derrocada nos preços, porém, pode ter criado uma ótima oportunidade para os investidores. O preço pode até não voltar para as máximas de US$ 20 mil no curto prazo, mas esta queda acentuada indica a proximidade de uma correção.

Continua depois da publicidade

Na última semana, o economista Richard Rytenband avaliou que o momento sugere a volta dos compradores ao bitcoin. Segundo ele, depois do momento convexo (a favor de exposição) no começo de fevereiro, que rendeu um bom upside – de quase 90% em reais, segundo ele – o mercado entrou em março em uma fase de evitar exposições (concavidade).

“Mas há 1 semana retornamos a fase convexa na escala de curto prazo, onde há mais vantagens do que desvantagens de estar exposto na compra para as próximas semanas”, explica o economista. “Em resumo, o momento é para ir comprando e aproveitando as quedas”, disse Richard.

Já para um dos pioneiros de criptomoedas no Brasil, Safiri Felix, mesmo com esta correção recente, os preços agora voltaram para os níveis vistos em novembro, antes da supervalorização de dezembro. “Pensando na relação de risco x retorno, estamos em uma condição muito mais favorável do que em dezembro”, afirma.

Continua depois da publicidade

Por outro lado, ele pondera que ainda não há motivos para acreditar em uma nova disparada acentuada. “No entando, é importante ponderar que a probabilidade de um movimento ascendente mais forte é pouco provável até o anúncio do G20 sobre regulação de criptomoedas, em julho”, explica Safiri.

Recentemente, durante a região do G20, o presidente do banco central da Argentina definiu um prazo para os membros do grupo apresentarem recomendações sobre o assunto e disse que as forças-tarefa estão trabalhando para apresentar as propostas até julho. Por outro lado, o líder do BC da Itália afirmou que as criptomoedas representam riscos, mas que não devem ser proibidas.

O debate está apenas no começo, mas o mercado tem visto com bons olhos o que se tem apresentado até o momento, com certo otimismo de que as autoridades estão trabalhando para encontrar uma solução boa, que traga segurança aos investidores. As discussões, porém, devem demorar e será muito difícil encontrar um consenso entre os governos. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.