Bitcoin: notícia que fez criptomoeda desabar 10% não justifica o pânico, diz especialista

"É um marco importante, vai colocar um pouco de ordem no faroeste", afirma o especialista

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Na tarde de quarta-feira (8) o mercado de criptomoedas entrou em pânico após a SEC (Comissão de Valores Mobiliários, na sigla em inglês) emitir um comunicado falando sobre a obrigação das exchanges se registrarem. Em apenas uma hora o Bitcoin desabou 10% e passou dos US$ 10,700 para a casa de US$ 9,800, patamar que segue até agora.

Mas será que faz sentido esta queda? Para o especialista Safiri Felix, um dos pioneiros do Bitcoin no Brasil e representante da ConsenSys, esta notícia não é “nada demais”. Segundo ele, esta regulação irá profissionalizar mais o mercado, trazendo maior maturidade. “É um marco importante, vai colocar um pouco de ordem no faroeste”, afirma.

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Continua depois da publicidade

Safiri explica que as grandes exchanges do mercado, como a Coinbase, não terão dificuldades para se adequarem a este cenário. Como um dos grandes debates sobe regulação do mercado, alguns especialistas defendem este tipo de ambiente mais controlado como uma forma de dar mais segurança, principalmente para os investidores novatos.

A SEC divulgou nota ontem reiterando que todas as exchanges devem ser registradas. A notícia aumentou a preocupação do mercado de que pode ocorrer uma limitação nos negócios com criptomoedas. “Se uma plataforma oferece a negociação de ativos digitais que são valores mobiliários e opera como uma ‘exchange’, conforme definido pelas leis federais de valores mobiliários, esta plataforma deve se registrar na SEC como uma bolsa de valores nacional ou estar isenta de registro”, disse o órgão reguladoro.

“O staff da SEC está preocupado que muitas plataformas de trading online apresentam aos investidores como registradas na SEC e parte do mercado regulado, quando não são”, disse a Comissão. Algumas das maiores plataformas de negociação de criptomoedas, como a Coinbase, não estão registradas como uma exchange nacional na SEC e, em vez disso, possuem apenas licenças de transmissão de dinheiro em diferentes estados.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.