Maior mineradora de Bitcoin do mundo tem lucro de quase US$ 4 bilhões em 2017

"A Bitmain conseguiu isso em apenas quatro anos, enquanto a Nvidia levou 24 anos para chegar aqui", disseram os analistas da Bernstein

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Uma startup chinesa chamada Bitmain é hoje a maior empresa de mineração de bitcoin do mundo, com tanto poder que é comum ver pessoas acusando o grupo de manipulação do mercado. Em época de temporada de resultados, os analistas da Bernstein apontam que a mineradora pode ter lucrado mais que a gigante fabricante de chips Nvidia.

Com base em estimativas conservadoras de margem bruta de 75% e margem operacional de 65%, os analistas calculam que a Bitmain teve lucro operacional entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões em 2017. Enquanto isso, a Nvidia teve um lucro de cerca de US$ 3 bilhões no mesmo período.

“A Bitmain conseguiu isso em apenas quatro anos, enquanto a Nvidia levou 24 anos para chegar aqui”, disseram os analistas da Bernstein em um relatório publicado na semana passada.

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A Bernstein informa que a startup chinesa detém entre 70% e 80% do mercado de mineradores de Bitcoin e placas ASIC (usadas para mineração), com a maior parte da receita gerada pela venda de equipamentos, “e, em menor grau, cobrando taxas de gerenciamento dos pools de mineração que ela opera e alugando o poder de mineração de suas fazendas através de serviços na nuvem”.

A forte alta do preço do Bitcoin em 2017 também contribuiu para os lucros da Bitmain, já que, segundo os analistas, a chinesa ajusta os preços dos processos de mineração de acordo com os preços da criptomoeda. Quando o preço da moeda digital saltou para US$ 20 mil em dezembro, o preço do processador Antminer S9 da Bitmain chegou a quase US$ 5 mil, segundo a Bernstein.

Os analistas ainda dizem que a empresa chinesa tem uma “enorme posição de caixa” que deve ajudá-la em períodos lentos da indústria. E, em seu principal negócio de mineração bitcoin, a Bitmain protege-se de perder demais para a especulação dos investidores vendendo chips aos mineiradores, em vez de fazer toda a mineração bitcoin. “Os resultados, em nossa opinião, foram notáveis”, conclui o relatório.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.