Mineração na China é rentável mesmo que bitcoin caia 50%

"A mineração de bitcoin ao preço atual provavelmente será rentável sob qualquer regime de preço de eletricidade na China", disse analista

Bloomberg

Publicidade

(Bloomberg) — A mineração de bitcoin é tão lucrativa na China que mesmo se a criptomoeda perdesse metade do valor os mineradores continuariam ganhando dinheiro, de acordo com a Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

Até mesmo se for aplicada a tarifa de eletricidade regulada mais alta do país, os mineradores continuariam obtendo lucros com o bitcoin, desde que ele valha mais de US$ 6.925, escreveram analistas da BNEF, incluindo Sophie Lu, em um relatório na quarta-feira. A moeda digital atualmente é negociada em torno de US$ 13.900.

O aumento de 1.400 por cento do bitcoin registrado no ano passado gerou uma demanda maior de eletricidade para rodar os computadores usados na mineração da criptomoeda. Cerca de três quartos dessas máquinas estão na China, maior consumidor de eletricidade do mundo, que agora quer limitar essa atividade devido ao aumento do consumo de energia em algumas províncias.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“A mineração de bitcoin ao preço atual provavelmente será rentável sob qualquer regime de preço de eletricidade na China”, escreveu Lu.

O consumo de energia para as criptomoedas está sendo objeto de um exame mais aprofundado, particularmente na China, que receia que os mineradores estejam aproveitando os baixos preços de eletricidade. As transações de moeda digital necessitam de redes de computadores com alto consumo de energia e atualmente o setor utiliza a mesma quantidade de energia que 3,4 milhões de famílias americanas, de acordo com o Digiconomist Bitcoin Energy Consumption Index. A China estaria planejando limitar o uso de energia elétrica dos mineradores de criptomoedas, que estão começando a buscar outros lugares.

Aumento da demanda

Continua depois da publicidade

A demanda de eletricidade para a mineração de bitcoin aumentou para cerca de 20,5 terawatts-hora por ano até o fim de 2017, de acordo com a BNEF. Isso equivale a mais da metade dos 38 terawatts-hora de eletricidade usados anualmente pela maior empresa de mineração tradicional do mundo, a BHP Billiton – ou a um décimo da eletricidade necessária para abastecer a África do Sul.

Na China, os mineradores usaram 15,4 terawatts-hora, o que é insignificante na enorme indústria de energia do país. Apesar de ser o lar da maior comunidade mundial de mineradores de bitcoin, eles usaram apenas 0,2 por cento da produção anual de eletricidade do país, de acordo com o relatório.

É difícil prever a quantidade de energia que será usada para mineração do bitcoin no futuro, escreveu Lu, porque isso depende da eficiência dos computadores que executam os cálculos complexos necessários para essa atividade e de quantos computadores adicionais serão usados no processo. Os mineradores ganham recompensas em bitcoin para realizar os cálculos complexos necessários para confirmar as transações na criptomoeda.

Mesmo a mineração sendo lucrativa ao preço mais alto da eletricidade regulada da China, de US$ 0,13 por quilowatt-hora, muitas empresas podem aproveitar o excesso de capacidade do setor de geração de energia elétrica para negociar tarifas de apenas US$ 0,03, escreveu Lu. Com esses preços de eletricidade, se alcançaria um ponto de equilíbrio em US$ 3.886, disse Lu.

Se a China colocar em prática o plano de restringir o uso de energia elétrica dos mineradores de bitcoin, eles poderiam se mudar para outras regiões facilmente, escreveu Lu. Os computadores usados na mineração não duram mais de dois anos e os outros equipamentos envolvidos são relativamente baratos.

“A ameaça global para a sustentabilidade da rede mundial de bitcoin talvez não seja tão drástica”, escreveu Lu.

–Com a colaboração de Todd White

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórter da matéria original: Dan Murtaugh em Cingapura, dmurtaugh@bloomberg.net.

Para entrar em contato com os editores responsáveis: Ramsey Al-Rikabi, ralrikabi@bloomberg.net, Emma O’Brien

©2018 Bloomberg L.P.