Para presidente do Banco Central, o bitcoin tem duas funções: pirâmide e atividade ilícita

Um mês após conturbado comunicado, Ilan Goldfajn voltou a falar sobe criptomoedas, criticando os riscos de uma bolha neste mercado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, voltou a falar nesta quarta-feira (13) sobre um risco de bolha nas criptomoedas. Ativos como o bitcoin podem representar a “típica bolha e pirâmide”, disse ele ressaltando que essas moedas digitais tiveram uma “subida vertiginosa” nos últimos meses.

“Moedas virtuais do jeito que estão hoje com essa subida vertiginosa, onde não há lastro, não há ninguém para regular, levam a um risco tal que o Banco Central emitiu um comunicado alertando para os riscos”, disse o presidente em entrevista à imprensa.

Para Ilan, estas moedas têm atualmente duas funcionalidades: “comprar para vender para frente e se aproveitar da subida, se ocorrer, a típica bolha, típica pirâmide, que em algum momento vai deixar de subir e voltar. Não é algo que a gente deva dar suporte. Em algum momento, as moedas são usadas como instrumento de atividades ilícitas. Usar as moedas virtuais para atividades ilícitas não isenta o crime, a pena e a punição”, explicou.

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Segundo o presidente do BC, as moedas virtuais não têm lastro, não possuem bancos centrais que lhe confiram segurança, e não têm também regulação, o que eleva o seu risco. “Há o risco da bolha, da pirâmide, e das atividades ilegais”, completou Ilan.

O interesse crescente dos agentes econômicos pelo uso das chamadas moedas virtuais levou o Banco Central a divulgar comunicado, em novembro, sobre o risco desse tipo de moeda, que, além de não ser emitida, não tem a garantia de qualquer autoridade monetária.

De acordo com o BC, as moedas virtuais podem também não ter a garantia de conversão para moedas soberanas, como, por exemplo, a libra esterlina, e “tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores”. “Seu valor decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indivíduos ao seu emissor”, diz o comunicado.

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(Com Agência Brasil)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.