Por que o lançamento de contratos futuros de Bitcoin pode fazer a moeda superar os US$ 10 mil

A grande novidade tem um enorme potencial para alavancar todo o mercado e fazer o bitcoin mudar completamente de cenário

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na tarde da última terça-feira (31) o mercado de moedas digitais foi agitado pela notícia de que a CME, maior bolsa de mercadorias do mundo, vai lançar contratos futuros de bitcoin. A notícia fez com que a criptomoeda saltasse de valor, superando em muito sua antiga máxima histórica e atingindo os US$ 6.600.

A decisão é um voto de confiança à controversa criptomoeda que até agora não está listada em nenhum mercado importante. O CME oferece uma ampla variedade de produtos derivados em todo o mundo e realiza cerca de 3 bilhões de contratos por ano.

“Dado o crescente interesse dos clientes no desenvolvimento dos mercados de criptomoedas, estamos decididos a apresentar contratos futuros em bitcoins”, disse Terry Duffy, diretor-executivo do CME Group, cuja sede está em Chicago. Mas o que isso realmente significa para o bitcoin?

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Em primeiro lugar, a introdução deste produto deve levar mais investidores institucionais ao mercado, o que tem grande potencial para elevar o preço da moeda de forma considerável. No programa Mundo Bitcoin desta terça, o CEO do Mercado Bitcoin, Rodrigo Batista, afirmou que a notícia é uma das “mais relevantes para o preço da moeda na história”.

“Um mercado de derivativos completamente regulamentado abrirá as portas para uma avalanche de demanda institucional”, disse à Bloomberg Spencer Bogart, diretor de pesquisa da Blockchain Capital, uma investidora de capital de risco com sede em São Francisco. E para Wall Street, o bitcoin é atraente. “É volátil, o trading nunca para e os mercados são ineficientes, portanto eles oferecem boas oportunidades de mediação”, completou.

Mais do que trazer mais investidores, a novidade abre outras possibilidades neste mercado, como a facilitação da venda a descoberto do bitcoin, que é quando o investidor quer apostar na queda da moeda. Além disso, a liquidez aumentará porque traders de alta frequência atuarão como formadores do mercado, com permissão para seguir estratégias neutras e encerrar o dia sem avanços nem recuos.

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Mais um avanço é dar mais segurança para quem quer investir mas não sente tanta confiança, já que agora haverá a grande reputação da CME por trás dos negócios. Apesar de todas as possíveis desvantagens, o benefício de se ter mais regulamentação é inegável, disse Jon West, diretor de traders da corretora de ativos digitais Omega One, para a Bloomberg. “O trading de futuros deveria afastar parte dos negócios do mercado negro e levá-los para lugares mais regulados”.

O contrato de futuros de bitcoin será liquidado em dinheiro e com base na Taxa de Referência Bitcoin FC (BRR) da CME, que foi lançado em novembro de 2016 junto com a plataforma de negociação digital Crypto, com sede em Londres. A taxa de referência é um preço de liquidação diário.

A regulação favorável tem sido frequentemente um catalisador para o aumento do preço do bitcoin. Vale lembrar, por exemplo, que o bitcoin teve um forte salto no início do ano, quando autoridades japonesas permitiram que as lojas locais começassem a aceitar bitcoin como meio de pagamento.

(Com Bloomberg)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.