Ação da Vale dispara 30% em 2 semanas e analistas respondem: ainda vale comprar?

SÃO PAULO – Quem acompanha o programa Visão Técnica, que vai ao ar todas as sextas-feiras no InfoMoney TV, pode perceber que as ações da Vale (VALE5) abriram muito mais oportunidades de venda a descoberto – que é quando se ganha com a queda das ações (não entendeu? Clique aqui) – do que de compra. Mas ao olhar para as duas últimas semanas, o cenário parece estar mudando para a mineradora na Bovespa.

Na segunda-feira de 24 de agosto – dia que ficou conhecido como “Black Monday chinês” -, a ação PNA da Vale atingiu seu menor patamar em Bolsa desde 25 de setembro de 2006, ao bater em R$ 11,89. De lá pra cá, os compradores começaram a dar as cartas: dos 10 pregões seguintes até a última terça-feira (8), os papéis subiram em 6 deles, fechando a última sessão em R$ 15,36 – ou seja, do fundo do ano pra cá, VALE5 já subiu 29,3%.

Diante disso, o que esperar graficamente das ações da Vale? Como no último Visão Técnica o analista convidado não pode comentar a ação por motivos de compliance (como a corretora que ele trabalha, a XP Investimentos, está trabalhando na oferta de debêntures da Vale, os analistas não podem emitir comentários sobre a empresa), resolvi consultar três analistas para saber o que eles esperam graficamente da mineradora na Bovespa e, obviamente, se é hora de comprar ou vender VALE5.

Os analistas convidados foram: Antonio Montiel (sócio da Escola de Operadores e da Jatobá Investimentos), Wagner Caetano (sócio-diretor da Cartezyan e investidor profissional) e Igor Graminhani (analista técnico da WinTrade Corretora). Confira abaixo a análise de cada um deles:

Antonio Montiel: só um cego não comprou
A Vale apresentou uma mega divergência de alta (que está circulado no gráfico abaixo) em cima do forte suporte de R$ 12,25 que só um cego não comprou, com o fundo valendo como stop loss. A ação foi evoluindo bem até romper a resistência em R$ 14,40, que passa a ser um suporte agora. Se passar a resistência de menor intensidade nos R$ 15,80, o papel vem com vontade buscar a LTB (Linha de Tendência de Baixa) que vemos no gráfico na casa dos R$ 17,50/ R$ 18,00.

Apesar da Vale ainda manter o viés de baixa no médio prazo (ela só inverte o viés acima desta LTB), temos sinais suficientes que apoiaram uma posição comprada. Novas compras nesse momento devem ser realizadas com maior cautela, dadas as resistencias R$ 15,80 e R$ 16,60. Já as vendas são recomendadas apenas abaixo de R$ 14,40.

Wagner Caetano: ação claramente favorável aos compradores
A ação marcou fundo em R$ 11,89 e subiu na esteira de possíveis estímulos na China e recuperação dos metais, em especial o minério de ferro, que também levou as mineradoras na Europa a uma alta de curto prazo. Se a ação se mantiver acima de R$ 15,35/R$ 15,40, a compra continua dominante e terá barreiras em R$ 15,74 e R$ 16,05. Superando essas resistências, os próximos alvos estão em R$ 16,45 ou mesmo R$ 16,92.

Em caso de correção, ela terá suportes em R$ 15,00, no boca de um gap em R$ 14,58 e um piso muito forte na região de R$ 14,22, onde temos a média móvel exponencial de 21 períodos e o fundo de abril. Mineradora está claramente mais favorável aos compradores.

Igor Graminhani: acima de R$ 15,40 é compra
Após marcar a mínima do ano no pregão de 24 de agosto, o ativo subiu aproximadamente 30%, testou a resistência R$ 15,40 e corrigiu até R$ 14,61 antes de voltar aos R$ 15,40. Esses três movimentos podem ser interpretado como uma perna de alta, seguida por uma correção para logo depois voltar à resistência atual. Portanto, se a ação romper os R$ 15,40, teremos a confirmação de um Pivot de Alta (traçado em azul no gráfico abaixo), o que abrirá um trade de compra com alvos em R$ 16,05 e R$ 17,62 (resistências).

Já o stop loss fica em R$ 14,59 (2 centavos abaixo do suporte imediato). 

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