Ibovespa perdeu os 52.500 pontos; e agora? Veja o que dizem 4 analistas

O movimento acende um sinal amarelo para os investidores e deve trazer um sentimento de cautela ao mercado, mas ainda pode ser cedo para falar em novas baixas

Paula Barra

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SÃO PAULO – Depois de passar um mês lateralizado, o Ibovespa finalmente saiu da congestão e rompeu um dos lados da banda a qual estava “preso” desde o final de maio. Na segunda-feira, depois de um pregão extremamente volátil, o índice perdeu os 52.500 pontos, voltando para a mínima desde o início de abril. 

A leitura dos analistas técnicos é que esse movimento acende um sinal amarelo para os investidores e deve trazer um sentimento de cautela ao mercado, embora ainda possa ser cedo para apontar uma direção para o Ibovespa. A sinalização é que uma maré mais baixa pode estar se formando, mas ainda pode ser necessário uma confirmação mais firme do índice nesse sentido.

Abaixo o InfoMoney compilou a opinião de quatro grafistas sobre os movimentos passados do Ibovespa e o que eles podem sinalizar para os próximos dias. Confira abaixo o que cada um falou:

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– Raphael Figueredo, da Clear Corretora

O índice perdeu um importante suporte na região dos 52.400 pontos, se livrando de uma congestão desde o final de maio. Mas, apesar de toda sinalização negativa, Figueredo aponta que nem tudo está perdido. Há uma importante região de suporte confirmado ontem nos 51.700 pontos. que é por onde passa uma LTA (Linha de Tendência de Alta) iniciada em 30 de janeiro deste ano, passando pelo fundo do dia 13 de março, disse.

Apesar de todo o viés negativo, Figueredo acredita que essa região é forte candidata a um fundo e, portanto, uma recuperação no pregão desta terça-feira, com rompimento dos 52.680 pontos pode abrir espaço para um repique rumo aos 53.160 pontos, podendo chegar a 53.450 pontos. “Não há a menor condição de afirmar uma reversão de tendência, porém é uma nova oportunidade de recuperação de curto prazo”, reforça.

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Por outro lado, caso a tendência de baixa impere no curto prazo, os novos alvos são 50.100 pontos, podendo cair até 48.300 pontos. Para isso, basta que a LTA nos 51.700 pontos seja perdida. 

João Marcello, da Ágora Corretora

Na mesma linha, o analistas da Ágora vê o mercado trabalhando em zona de suporte entre os 52.548 pontos e 51.900 pontos, mas ainda não identifica uma tendência clara de baixa para o mercado no curto e médio prazo. “É claro que a perda da congestão vista agora deixa o mercado com o viés negativo, mas gostaria de ver a perda dos 51.900 pontos para tomar uma decisão mais clara sobre as vendas”, disse.

Ele aponta que está mais neutro para o mercado, vendo papéis mais defensivos e direcionais gerando alguma entrada na ponta compradora, como Smiles, Cetip e Tractebel, enquanto outros mais pesados no índice seguem em tendência de baixa mais clara, caso do setor siderúrgico, Vale e Petrobras. 

Para ele, a zona dos 51.900 pontos é a mais importante para o Ibovespa, mais do que os 52.548 pontos, pois é a zona de reversão observada no dia 1ª de abril. “Como existe uma memória de preços nesta zona, o mercado pode estar fazendo o ‘pullback’ desta antiga zona de resistência que agora passa a ser uma zona de suporte importante e olhando os papéis mais pesados do índice da a impressão de que o mercado vem para baixo objetivando os 49.908 pontos e 47.904 pontos”, comentou.

– Danilo Zanini, XP Investimentos

Para Zanini, o cenário é de cautela, embora também ainda não veja que o Ibovespa perdeu um suporte de maneira consistente. Apesar de ter fechado em queda, o candle formado ontem em cima de uma região de importante suporte pode caracterizar um rompimento falso, explica.

Ele ressalta também que esse patamar foi onde o Ibovespa iniciou grandes movimentos, em abril de 2014, que configurou um pivot de alta onde teve início uma tendência de alta, que durou até agosto do ano passado, atingindo os 62.300 pontos.

Apesar do cenário ser de cautela, Zanini reforça que o Ibovespa está em tendência de baixa, querendo perder uma região de suporte relevante, entretanto, há uma série de suportes logo abaixo que podem dificultar esse movimento direcional no campo negativo. Ele ressalta que os principais ativos do Ibovespa estão em uma região relevante de suporte com viés de indefinição, como Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Ambev e Vale, entre outros. 

– Igor Graminhani, da WinTrade

Já para o analista Igor Graminhani, depois do índice confirmar o rompimento dos 52.500 pontos, um suporte que perdurou durante todo o mês de junho, a projeção é de baixa para o Ibovespa. 

Para ele, o próximo alvo é nos 51.000 pontos, que coincide com uma LTA iniciada em dezembro do ano passado. Abaixo desse patamar, há suportes em 49.900 pontos (fundo de março/2015), 47.840 pontos (fundo de fevereiro/2015), 46.480 (fundo de janeiro/2015) e 45.850 pontos (fundo de dezembro/2014). 

Confira o gráfico do Ibovespa: